Ao vencer o número 2 do mundo, o russo Daniil Medvedev, em Roland Garros, o tenista brasileiro Thiago Wild ficou em evidência e seu passado veio á tona, após conversas com sua ex-esposa, Thayane Lima, vazarem na imprensa. Nas mensagens, o esportista exibe orgulhoso o passado de relações íntimas de sua família com nazistas, inclusive Adolf Hitler.
Em uma das mensagens, Wild envia uma foto de seu tataravô com Adolf Hitler à ex-esposa e fala sobre o retrato. “O Hitler em posição de sentido logo na frente do biso”. O jornal O Globo confirmou a relação dos Wild com o nazismo.
Fora este caso, a vitória do tenista também foi impulso para reascender a discussão sobre a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra Thiago Wild por violência doméstica e psicológica contra a ex-mulher, a biomédica e influencer Thayane Lima.
Dietrich Klagges, que nunca veio ao Brasil, era integrante do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista. Por doze anos, entre 1933 e 1945, foi primeiro-ministro de Braunschweig, onde Hitler conseguiu sua naturalização alemã para concorrer à presidência do país.
Foi Klagges, pessoalmente, quem cuidou de todo o processo de naturalização de Hitler, a pedido do Partido Nazista, no ano de 1936. O Globo encontrou uma entrevista de sua filha, Ingrum Klagges, bisavó do tenista brasileiro, à Revista Oeste, em 1993.
“Embora fosse chefe de um partido em ascensão, Hitler não podia ser candidato a posto eletivo por não ter a nacionalidade alemã. Inicialmente pensaram em nomeá-lo cabo da Polícia da Turíngia, mas isto seria meio ridículo. Então meu pai entrou no caso e designou Hitler como funcionário da representação do Estado de Braunschweig em Berlim. Se bem me lembro, deu-lhe o cargo de adido cultural”, afirmou a filha de Klagges.
Ingrum afirma, ainda na entrevista à Revista Oeste, que sua casa era palco de encontros constantes entre alguns dos principais nomes do nazismo, como o próprio Hitler, o ministro da Propaganda Joseph Goebbels, e o chefe da SS Heinrich Himmler.
“Até hoje tenho a documentação, os emblemas... Guardei-os como recordação. Eles são uma raridade”, celebra Ingrum.
Friedrich Seyboth, bisavô de Wild, foi médico das tropas nazistas na Segunda Guerra Mundial e virou prisioneiro de guerra. Na década de 1970 veio morar no Brasil, onde chegou a ser apresentado como agente do nazismo no país, no livro "Aftermath" (1974), do historiador e jornalista Ladislas Faragó.
Em nota, Wild se pronunciou:
Os prints publicados pelo jornal O Globo tanto na edição impressa de hoje (3/6) quanto ontem no site www.oglobo.com.br induzem os leitores a um entendimento errôneo sobre posicionamentos meus e de minha família.
Eu e meus pais jamais tivemos ou concordamos com quaisquer posturas racistas, nazistas ou homofóbicas e repudiamos veementemente a campanha difamatória em curso.
Medidas judiciais serão adotadas imediatamente.
Edição: Lucas Weber