A visita à China do primeiro-ministro da Rússia, Mikhail Mishutin, teve uma das suas principais reuniões nesta terça-feira (23/05), com a brasileira Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do Brics [bloco formado por Brasil, Rússia, Índia China e África do Sul].
No encontro, o líder russo defendeu que o NBD deve ter, como um dos seus principais objetivos, “proteger as relações comerciais e econômicas dos seus Estados-membros, assim como de outros países não alinhados ao Ocidente, da influência das sanções que costumam ser usadas pelos Estados Unidos e União Europeia como agressão às nações que consideram inimigas”.
“No ano passado, a Rússia foi submetida a sanções em uma escala sem precedentes. Essas políticas buscaram quebrar nossa economia, colapsar a moeda nacional e provocar inflação destrutiva”, lembrou Mishutin.
O premiê afirmou que a gestão do NBD deve estar voltada a impedir que esse tipo de medida coercitiva por parte dos países do Ocidente tenha sucesso. “Isso permitirá criar novos pontos de crescimento das economias nacionais dos cinco Estados-membros e de outros países”, explicou.
Segundo a agência russa Ria Novosti, o primeiro-ministro fez elogios à ex-presidente brasileira, mas alertou que “você é a chefe do banco em um momento difícil, durante um período de transformação do comércio mundial e do sistema econômico e financeiro”.
“Estamos convencidos de que a reinicialização do banco, que você começou, será bem-sucedida, com a adaptação dessa administração às novas realidades, para enfrentar com sucesso os desafios modernos”, completou Mishutin.
Por sua parte, Dilma assegurou que sua gestão no banco “está comprometida em cumprir suas obrigações com todos os membros fundadores, incluindo a Rússia”.
A presidente do NBD enfatizou que “tem uma posição muito clara sobre as sanções”, dando a entender que concorda com a declaração do premiê russo, mas sem dizer isso abertamente.
Além do encontro com Dilma, Mishutin também visitou o presidente chinês Xi Jinping, com quem conversou sobre o plano proposto pela China para buscar um acordo de paz e acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
(``*) Com informações de Sputnik News