Um grupo de organizações do movimento negro e partidos políticos realizará uma manifestação em apoio ao jogador Vinícius Júnior, vítima de ataques racistas recorrentes na Espanha.
O ato acontece em frente ao Consulado da Espanha em São Paulo, a partir das 17h desta terça-feira (23) na rua Canadá, 424, no bairro do Jardim América.
Em suas redes sociais, o ativista Douglas Belchior, da Coalizão Negra por Direitos, pede que outros atos sejam feitos nos consulados espanhois em outros estados do país. "Não precisa ser de massa. É simbólico para que o mundo todo veja que não toleramos o racismo contra negros e negras brasileiras em qualquer lugar do mundo!", defende.
Atenção! Organize um ato no Consulado Espanhol do seu Estado! Não é quantidade! Não precisa ser de massa. É simbólico para que o mundo todo veja que não toleramos o racismo contra negros e negras brasileiras em qualquer lugar do mundo!#Somostodosvinijr pic.twitter.com/n9AVQWpz7W
— Douglas Belchior (@negrobelchior) May 22, 2023
O ato foi convocado pelas organizações Coalizão Negra por Direitos, Movimento Negro Unificado (MNU), Uneafro, Unegro, e pelos partidos PT, Rede, PSB, PCdoB, PSOL e Partido Verde.
O episódio ocorreu no último domingo (21), em jogo do Real Madrid, time de Vinicius, pelo campeonato espanhol. Em partida contra o Valencia, ele foi chamado de "mono" ("macaco", em espanhol) por boa parte da torcida adversária.
O coro racista na cidade de Valência foi pelo menos o décimo episódio de violência racial e ódio contra o jogador de 22 anos, desde 2021.
O jogador reagiu em suas redes sociais e recebeu apoios de seu técnico, Carlo Ancelotti, de diversos jogadores e clubes pelo mundo, do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e do governo brasileiro.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmou nesta segunda que o governo brasileiro está em contato com autoridades espanholas para cobrar providências sobre a situação.
:: Anielle confirma contato do governo com autoridades espanholas sobre Vini Jr: 'Isto é um basta' ::
Em nota conjunta publicada pelos ministérios do Esporte, da Igualdade Racial, das Relações Exteriores, da Justiça e Segurança Pública e dos Direitos Humanos e Cidadania, o governo brasileiro repudiou formalmente os ataques sofridos pelo jogador, e reforçou a atuação em cooperação com o governo espanhol para coibir as agressões.
A manifestação formal deu seguimento à fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após participar da reunião do G7 no Japão. Ele pediu que as entidades responsáveis pelo futebol tomem medidas efetivas. "Eu penso que é importante que a Fifa, a Liga espanhola, as ligas de outros países tomem sérias providências. Não podemos permitir que o fascismo e o racismo tomem conta dentro dos estádios de futebol", destacou.
Edição: Nicolau Soares