Famílias de trabalhadores rurais Sem Terra que ocuparam um terreno utilizado pela Suzano Papel e Celulose em Aracruz (ES) para a plantação de eucalipto deixaram o local antes da ação de reintegração de posse, que chegou a ser marcada para a última quinta-feira (27). O grupo, agora, aguarda uma solução para garantir terras para os assentados.
Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), os debates estão em andamento na Mesa de Resolução de Conflitos Fundiários, vinculada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDH) do governo capixaba.
:: Entenda por que quando o MST faz uma ocupação não é o mesmo que invasão ::
O governo chegou a fazer a indicação de uma área para desapropriação, mas o terreno fica em outro município, a mais de 60 km do local ocupado. Além disso, a área já conta com um acampamento vinculado ao Movimento, e o espaço é local de conflito com fazendeiros.
O MST lembra que o estado tem propriedade de outras 30 áreas patrimoniais em Aracruz, todas sob posse da Suzano, que foram invadidas de forma irregular. O levantamento foi feito pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).
Ato político
Na última quinta, data em que aconteceria a ação de reintegração de posse, as famílias que participaram da ocupação realizaram um ato político com apoio de movimentos, organizações e apoiadores para defender a ocupação, que aconteceu no contexto da Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária.
Durante o ato, o grupo plantou árvores nativas e frutíferas, em ação para lembrar os riscos do monocultivo do eucalipto, que tem causado diversas formas de desequilíbrio da natureza. Ainda de acordo com o MST, policiais militares foram ao local após a manifestação e retiraram as mudas.
Edição: Thalita Pires