O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu nesta quinta-feira (27) obter maioria de representantes no conselho de administração da Petrobras. Uma assembleia geral de acionistas da estatal elegeu seis indicados pelo governo Lula para a instância máxima de gestão da empresa, composta por 11 pessoas.
Entre os indicados do governo, foram eleitos:
- Pietro Mendes (para presidência do conselho)
- Efrain Cruz
- Sergio Rezende
- Jean Paul Prates (presidente da Petrobras)
- Vitor Saback
- Bruno Moretti
Pietro Mendes, Efrain Cruz e Sergio Rezende haviam sido rejeitados pelo comitê de pessoas da Petrobras para assumirem postos no conselho da empresa por potenciais conflitos de interesse.
Pietro Mendes é secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do governo. Efrain Cruz também é secretário do Ministério das Minas e Energia. Já Sergio Machado Rezende foi ministro da Ciência e Tecnologia no governo Lula entre 2005 e 2010 e integra a estrutura decisória do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
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A Lei das Estatais e o estatuto da Petrobras vedam a participação de representantes do governo e integrantes de partidos da coligação do presidente da República no conselho da empresa. O presidente da assembleia de acionistas, Francisco Costa e Silva, ponderou antes da votação que o resultado da eleição é soberano.
Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), indicados rejeitados pelo comitê de pessoas da Petrobras também haviam sido eleitos para o conselho.
O que é o conselho?
É no conselho de administração da Petrobras que são tomadas as maiores decisões sobre os rumos da empresa. É ele quem dá a última palavra sobre planos de investimento e de privatizações. O colegiado ainda pode alterar a política de preços da empresa, apontada por especialistas como o principal motivo da alta da gasolina e diesel no país.
O conselho é composto por 11 membros. Além dos seis membros indicados pelo governo, há uma representante dos funcionários da empresa –a geóloga Ronsangela Buzanelli – e quatro membros que representam os acionistas minoritários. São eles:
- José João Abdalla Filho
- Marcelo Gasparino
- Marcelo Mesquita
- Francisco Petros
Buzanelli foi eleita por petroleiros para o cargo no conselho. A categoria apoia o governo Lula. Ela, portanto, deve reforçar a posição da União em votações.
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"Com a eleição de novos integrantes do conselho de administração, o governo Lula completa a troca do comando na Petrobras, iniciando, assim, efetivamente, uma nova gestão na maior empresa do país", comemorou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
Mudanças na diretoria
O conselho de administração da Petrobras também é responsável pela eleição de diretores da empresa. Na quarta-feira (26), ele – ainda com a composição antiga – aprovou mudanças na estrutura organizacional da empresa.
Foi criada a Diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade, que será ocupada por Mauricio Tolmasquim. Ele foi membro do governo de transição de Lula.
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Também foi eleito Mário Vinícius Claussen Spinelli para a Diretoria de Governança e Conformidade da Companhia. Ele terá mandato até 2025.
Spinelli é professor da graduação e do mestrado profissional na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Edição: Thalita Pires