Mais jovem deputada da atual composição da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a petista Thainara Faria foi às redes sociais na tarde desta sexta-feira (31) para denunciar novo episódio de racismo do qual foi vítima dentro da própria Casa.
Em um vídeo em sua página no Instagram, Faria contou que não foi autorizada a assinar um livro de presença para deputados e deputadas, mesmo após ter participado por mais de três horas de um evento em que estava identificada como parlamentar. "E eu vou perguntar para vocês: isso foi um mal entendido?", indagou no vídeo.
"Faço questão de postar o vídeo chorando, primeiro pra mostrar que o racismo dói, machuca, o racismo MATA. E segundo pra mostrar que a gente não é forte o tempo inteiro", escreveu na legenda da postagem.
Faria relatou ainda que solicitou um broche de identificação exclusivo para deputadas e deputados, para evitar passar por constrangimentos do tipo. Ela afirmou ainda que faria um discurso denunciando o caso no plenário da Alesp ainda na tarde desta sexta.
"Eu não queria passar por racismo por conta da trança, por estar circulando nessa casa fora dos padrões. E o que acontece? Ela [a servidora] fala que então era só dos deputados e deputadas", relatou a deputada ao explicar a solicitação do broche. "Isso não é mal entendido, isso é racismo puro, e o pior tipo de racismo que existe, que é o estrutural".
Vítima de racismo desde a posse
Este não foi o primeiro episódio do tipo vivenciado por Thainara Faria. Logo no dia da posse como deputada, no último dia 15, ela disse ter sido confundida com assessora por diversas vezes, e denunciou a questão racial envolvida.
"Por mais de dez vezes, fiz questão de contar, eu fui confundida com assessora e foi muito difícil para mim, porque eu consigo materializar o racismo naquele espaço", disse, em entrevista ao Brasil de Fato na ocasião. "Após a posse, alguns policiais e servidores da casa já me reconhecem como deputada, mas, mesmo assim, eu continuo tendo dificuldade de transitar naquele espaço".
Edição: Thalita Pires