O Knesset, Parlamento unicameral de Israel, aprovou nesta terça-feira (21/03) um projeto que anula os efeitos de uma legislação impulsionada em 2005 que obrigava os colonos judeus a se retirarem dos assentamentos construídos na Cisjordânia, em território palestino.
O projeto que revogou antiga lei contou com 31 votos favoráveis e 18 contrários, obtendo a maioria simples necessária para sua aprovação.
A medida revogada havia sido implementada pelo então primeiro-ministro Ariel Sharon e obrigou milhares de israelenses a deixar o território ocupado, razão pela qual sua anulação este ano, por iniciativa do governo de Benjamin Netanyahu, abre caminho para o retorno desses mesmos colonos.
No entanto, chama a atenção que a revogação aconteça um dia após uma delegação do governo israelense prometer congelar temporariamente a construção de assentamentos na Cisjordânia – em uma reunião ocorrida no Egito, onde negociarão justamente com representantes da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e diplomatas do país anfitrião.
Netanyahu e a extrema direita
Vale lembrar que Netanyahu retornou ao poder em dezembro de 2022 graças a uma aliança com a extrema direita israelense.
Depois de ser afastado do cargo de primeiro-ministro em 2021, ele retornou após costurar uma união entre o seu partido, o Likud, com três partidos ultranacionalistas: Poder Judeu, Partido Sionista Religioso e Noam.
Desde então, essas agrupações já apresentaram várias propostas buscando, justamente, suspender a proibição aos colonos judeus de construírem seus assentamentos em territórios da Cisjordânia.
Um dos exemplos do que significa essa aliança foi dado neste domingo (19/03) pelo ministro das Finanças do novo governo, Bezalel Smotrich, que também é o líder do Partido Sionista Religioso. Em um evento na França, ele afirmou que “os palestinos são um povo fictício, uma invenção de menos de um século”.
(*) Com informações da RT.