Considerado pela mídia local como o maior protesto da série que vem acontecendo há dez semanas, o ato do sábado (11) pode ter reunido mais de 500 mil pessoas em várias cidades do país, principalmente na capital Tel Aviv.
O foco dos manifestantes é denunciar a reforma no Poder Judiciário que o governo do premiê Benjamin Netanyahu está propondo e já foi parcialmente aprovada em primeira fase pelo Parlamento (Knesset) de Israel no final de fevereiro. Esta semana pode ser decisiva para a finalização do projeto.
Entre os cartazes empunhados pelos manifestantes, o que mais se lia era “Salve a democracia de Israel".
A mensagem denuncia a influência decisiva, caso o projeto seja aprovado, que o governo poderia ter sobre a escolha de juízes, além de impedir que a Suprema Corte do país revise leis aprovadas pelo Parlamento.
O premiê Benjamin Netanyahu tem defendido que as mudanças impediriam que as Cortes judiciais extrapolassem seu poder e restauraria o equilíbrio entre o Parlamento e Justiça.
O número de 500 mil manifestantes impressiona, principalmente, pelo fato de que o país tem uma população de aproximadamente 9 milhões. Por tanto, segundo as estimativas, é possível afirmar que 5% da população protestou no último sábado.
Ano turbulento
Este ano, o governo israelense lançou a Operação Break the Wave [Quebrar a onda] em resposta ao habbat sha’biyya [revoltas populares] que começaram novamente na Palestina e expressam a frustração gerada pelas campanhas de pressão israelenses e o quase colapso da vida econômica.
:: Com apoio dos EUA, Israel continua seu projeto fatal de apagar a Palestina ::
A Operação Break the Wave começou em fevereiro de 2022 com o assassinato de três palestinos na cidade de Nablus (Adham Mabrouka, Ashraf Mubaslat e Mohammad Dakhil) e continuou violentamente ao longo da Cisjordânia, espalhando-se pela brutalizada Gaza. Em 26 de janeiro de 2023, as forças israelenses mataram dez palestinos – incluindo uma mulher idosa – em Jenin e em al-Ram, ao norte de Jerusalém, e depois atiraram contra uma ambulância para impedi-la de socorrer os feridos
Sexto mandato
Nos últimos dias do ano passado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tomou posse, em Jerusalém, para exercer o seu sexto mandato.
A coalizão que compôs a candidatura de Netanyahu foi formada por políticos de direita ultranacionalista, que possuem a maioria absoluta do Knesset com 64 das 120 cadeiras.
Netanyahu voltou ao poder após dois anos na oposição e torna-se o político mais longevo no cargo de premiê nos 75 anos de Israel.
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Na sua última gestão, permaneceu 12 anos à frente do governo, entre 2009 a 2021 e deixou a situação após uma crise política generalizada. O político de 73 anos ainda enfrenta acusações de corrupção nos tribunais. Netanyahu é acusado de subornar a imprensa para receber cobertura favorável e de receber presentes de luxo de empresários do setor das telecomunicações para favorecê-los em licitações e projetos de lei.
Logo no dia em que houve a posse Netanyahu, movimentos populares organizaram um protesto em frente ao Knesset para expressar seu rechaço a Benjamin Netanyahu.
"O governo da vergonha", gritaram manifestantes durante a cerimônia de posse da nova coalizão.
Edição: Lucas Weber