O presidente chinês, Xi Jinping, chegou a Moscou nesta segunda-feira (20) em sua primeira visita à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia em 2022.
Após uma uma conversa bilateral aberta à imprensa, os dois líderes se reuniram a portas fechadas em negociações anunciadas como "informais" que duraram quatro horas e meia. A informação foi divulgada pelo Kremlin.
Durante a conversa bilateral, Putin parabenizou Xi Jinping por sua reeleição como presidente da China e afirmou que estudou cuidadosamente as propostas de Pequim "para resolver a crise aguda na Ucrânia". Ele acrescentou que as autoridades russas estão abertas a negociações.
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O presidente russo também afirmou que a China assume uma posição justa e equilibrada nas questões internacionais mais prementes.
"Eu sei que você, pessoalmente, e todos os nossos amigos chineses prestam muita atenção ao desenvolvimento das relações russo-chinesas, assumem uma posição justa e equilibrada sobre os problemas internacionais mais prementes", disse Putin.
Xi Jinping, por sua vez, chamou Putin de "querido amigo" e observou que, em sua opinião, os russos apoiarão Putin em seus "bons empreendimentos" durante as eleições presidenciais que ocorrerão em 2024 no país.
"Sei que outra eleição presidencial acontecerá em seu país no ano que vem. Graças à sua forte liderança, a Rússia fez progressos significativos nos últimos anos na obtenção de resultados e prosperidade para o país. Tenho certeza de que o povo russo o apoiará fortemente em seus bons empreendimentos", disse Xi Jinping.
"Saída racional"
A reunião bilateral foi precedida por dois artigos sobre as relações russo-chinesas escritas por Putin e Xi Jinping. O artigo de Putin foi publicado no jornal chinês Renmin Ribao e o líder chinês escreveu para a Rossiyskaya Gazeta. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia ganhou destaque em ambos os textos.
Em particular, Xi Jinping fez um apelo pelo para que sejam respeitadas as "preocupações razoáveis de todos os Estados no campo da segurança".
"Estamos convencidos de que uma saída racional para a crise ucraniana e um caminho para a paz duradoura e a segurança universal no mundo serão encontrados se todos forem guiados pelo conceito de segurança comum, abrangente, conjunta e sustentável", escreveu o líder chinês.
Putin, agradecendo a Pequim pela "linha equilibrada" em conexão com os "eventos ocorridos na Ucrânia" e por "compreender seus antecedentes e verdadeiras causas", afirma em seu artigo que a Rússia está "aberta a um acordo político-diplomático sobre o conflito ucraniano".
Ao mesmo tempo, Putin acusou mais uma vez o Ocidente pela ausência de esforços em realizar negociações. Outra rodada de negociações oficiais entre Putin e Xi Jinping está marcada para esta terça-feira (21).
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Edição: Nicolau Soares