A ministra da Igualdade Racial Anielle Franco foi eleita uma das mulheres mais influentes do mundo pela revista Time, nesta quinta-feira (2).
Anielle foi escolhida como uma das 12 "líderes extraordinárias que estão trabalhando para um mundo mais igualitário", ao lado de Cate Blanchett, Quinta Brunson, Phoebe Bridgers, Mish Alinejad, Olena Shevchenko, Verónica Cruz Sánchez, Angela Bassett, Ramla Ali, Megan Rapinoe, Makiko Ono e Ayisha Sid.
"A trágica história familiar [o assassinato de Marielle Franco], a personalidade calorosa e o uso hábil das mídias sociais transformaram Anielle, ora reservada, em uma líder improvável no movimento pelos direitos dos negros no Brasil", descreveu a revista.
Em entrevista à GloboNews, Anielle comentou a premiação. "A gente sabe que tem feito um trabalho muito árduo. A minha vida literalmente mudou muito desde 2018. Eu saindo da sala de aula, acontece tanta coisa negativa... Mas também a gente recebeu carinho de tanta gente", disse. "Tem sido um trabalho incansável, feito com afeto, com muito caráter e valor para manter a memória da Mari viva e chegar aonde estamos chegando hoje."
"Eu acho que é dar orgulho para minha mãe, para as minhas tias lá no Nordeste, para a minha avó. Eu sempre imagino que ela poderia estar nesse lugar aqui, mas eu também entendo o nosso valor e o quanto que a gente tem trabalhado", afirmou durante a entrevista.
"Faltam alguns dias para a gente completar cinco anos dessa tragédia, desse crime covarde que foi contra a Mari. Eu fico muito emocionada e feliz por tudo que ela investiu em mim e por toda a educação a que eu tive acesso", disse.
Educadora e jornalista, Anielle é diretora do Instituto que leva o nome de sua irmã, onde atua no desenvolvimento de projetos com mulheres negras, LGBTQIAP+ e periféricas. Em fevereiro do ano passado, Anielle lançou o livro "Minha irmã e eu", com memórias e detalhes da relação com Marielle. Foi a segunda obra escrita, atrás de "Cartas para Marielle", de 2019.
Edição: Thalita Pires