O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), participou nesta sexta-feira (24) de reunião com os ministros de Finanças dos países integrantes do G20, e também de encontros com autoridades de diversos países e autoridades europeias em Bangalore, na Índia. Ele afirmou que o Brasil, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), volta a ser ator no cenário internacional. “Herdamos um cenário diplomático problemático. O Brasil estava isolado, ausente e em desacordo com seus valores e tradições”, declarou.
A fala de Haddad foi em “sessão de boas-vindas” da 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Governadores de Bancos Centrais do G20, formado pelos países das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. “Temos a tarefa de reconstruir a presença internacional do Brasil para promover o entendimento comum entre as nações e povos para um futuro sustentável do ponto de vista econômico e climático”, afirmou, em trecho de sua fala também postado no Twitter.
Haddad está acompanhando do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. O ministro brasileiro se encontrou, entre outros, com o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa; com o ministro da Economia da África do Sul, Enoch Guandongwana; e com Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu.
Segundo Haddad, as nações têm pela frente “desafios globais como as consequências da pandemia, guerras, conflitos, aumento da pobreza, desigualdade e energia limpa a preços acessíveis”.
Pobreza e crise climática
O ministro defendeu “juros adequados” e o direcionamento de recursos para combater a pobreza e a crise climática, por parte dos bancos multilaterais de desenvolvimento. “Estamos preocupados sobre os níveis da dívida, notadamente entre os países mais pobres. A elevação das taxas de juros em meio à fragilidade da economia global agrava este cenário”, disse, no discurso feito em inglês.
Participaram do encontro também presidentes de bancos centrais de países do G20, além de representantes do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do banco do BRICs, chamado Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) – o bloco é formado por Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul.
“Essas instituições devem ser bem capitalizadas e flexíveis para apoiar os países em desenvolvimento com financiamento de longo prazo, taxas de juros adequadas e estruturas inovadoras para reduzir riscos, estimular parcerias público-privadas e atrair investimentos privados”, disse ainda Haddad. Ele também defendeu que sejam ampliadas as discussões sobre reformas de organismos multilaterais de crédito.
Na semana passada, Haddad participou de um almoço com Campos Neto e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. No encontro, segundo o ministro, a conversa foi “sobre alinhar políticas fiscal e monetária”.