As autoridades dos EUA emitiram uma declaração orientando seus cidadãos a deixar a Rússia imediatamente devido à ameaça de perseguição pelas autoridades russas em conexão com a guerra na Ucrânia. A recomendação também inclui evitar viagens para o país.
"Não viajem para a Rússia devido às consequências imprevisíveis da invasão em grande escala não provocada das Forças Armadas russas na Ucrânia", disse a missão diplomática em um comunicado em seu site.
Outras razões para não recomendar viagens para a Rússia incluem "potencial assédio" de cidadãos dos EUA com detenção prolongada, "aplicação arbitrária de leis locais, voos limitados de e para a Rússia, capacidade limitada da embaixada de ajudar cidadãos americanos na Rússia e capacidade de terrorismo".
"Os cidadãos americanos que vivem ou viajam na Rússia devem deixar o país imediatamente", acrescentou a embaixada.
Além disso, a mensagem da missão diplomática afirma que as autoridades russas podem "negar o reconhecimento da cidadania americana" a pessoas com cidadania russo-americana, "negar-lhes o acesso à assistência consular dos EUA, sujeitá-los à mobilização, impedi-los de deixar a Rússia e (ou) exortá-los para o serviço militar".
A embaixada dos EUA emitiu um alerta semelhante em fevereiro do ano passado, logo após o início da guerra na Ucrânia, e não mudou a recomendação desde então. Posteriormente, uma recomendação para não viajar para a Rússia ou deixar o país foi emitida em setembro de 2022 em conexão com o início da mobilização de novas tropas na Rússia.
Escalada da guerra
A recomendação da embaixada estadunidense acontece em meio à expectativa de uma escalada do conflito. Em particular, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, declarou nesta segunda-feira (13) que a "temida nova grande ofensiva russa na Ucrânia já começou".
"Não vemos nenhum sinal de que o presidente [russo] [Vladimir] Putin esteja se preparando para a paz. O que vemos é o presidente Putin e a Rússia ainda querendo controlar a Ucrânia", disse Stoltenberg em coletiva de imprensa em Bruxelas.
"Vemos como eles estão enviando mais tropas, mais armas, mais capacidades [...] A realidade é que já estamos vendo o início [de uma nova ofensiva]", acrescentou.
Stoltenberg observou também que a questão do fornecimento de caças à Ucrânia será discutida pelos ministros da Defesa da Otan nos próximos dias. Entretanto, ele defendeu que os países da organização que fornecem aeronaves de combate à Ucrânia não farão da Otan uma parte do conflito.
Edição: Thales Schmidt