Os Estados Unidos aprovaram um novo pacote de ajuda militar de US$ 2,2 bilhões para a Ucrânia, incluindo, em particular, mísseis teleguiados GLSDB (Ground Launched Small Diameter Bomb) com um alcance de tiro de mais de 150 km. Foi confirmada também a entrega de sistemas de mísseis antiaéreos Hawk. A informação foi divulgada pelo Pentágono nesta sexta-feira (3).
Os novos mísseis permitirão à Ucrânia realizar ataques próximos à retaguarda russa, inclusive na península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. O Pentágono chegou a destacar que os Estados Unidos deixam a critério da Ucrânia a possibilidade de usar projéteis de longo alcance para ataques na Crimeia.
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De acordo com a lista divulgada, o novo pacote de assistência militar também inclui munição adicional para sistemas HIMARS MLRS, artilharia adicional de 155 mm e morteiros de 120 mm, 190 metralhadoras pesadas, 181 veículos protegidos contra minas, 250 sistemas antitanque Javelin, 2 mil mísseis antitanque e equipamento para clima frio.
Reação da Rússia
Ao comentar o anúncio do Pentágono sobre o fornecimento de mísseis de longo alcance à Ucrânia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não se deve esquecer a declaração de ontem do presidente russo, Vladimir Putin, em Volgogrado.
Na véspera, o presidente russo, Vladimir Putin, esteve na cidade para participar das celebrações do 80º aniversário da vitória na Batalha de Stalingrado, marco da virada das tropas soviéticas contra a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial. Ao discursar, Putin declarou que a Rússia está sendo novamente ameaçada por tanques alemães.
O presidente também declarou que aqueles que esperam derrotar a Rússia no campo de batalha, arrastar países europeus, incluindo a Alemanha, para uma nova guerra com a Rússia, não entendem que "uma guerra moderna com a Rússia será completamente diferente para eles".
Já o senador russo da Crimeia, Serguei Tsekov, afirmou que a península está bem protegida das armas ocidentais.
"A Crimeia está bem protegida das armas ocidentais, sistemas de defesa aérea e outras armas estão localizadas na península. Os crimeanos não têm medo", disse o político. Ele também observou a inadmissibilidade de ataques em território russo como um todo.
Edição: Nicolau Soares