Efeitos da guerra

Presidente da Argentina oferece exportar gás à Europa

Alberto Fernández diz que país tem os recursos necessários para ajudar o bloco europeu, após sanções contra a Rússia

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Alberto Fernández diz que Argentina tem segundo maior reservatório de gás não convencional do mundo e poderia abastecer países europeus - Casa Rosada

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, garantiu que o seu país pode exportar gás para a Europa, dado o risco de escassez que o Velho Continente enfrenta devido à guerra entre a Rússia e Ucrânia.

Durante a inauguração das obras de ampliação da Usina Termelétrica Ensenada Barragán, na província de Buenos Aires, Fernández disse que a Argentina "pode ser fornecedora de gás à Europa".

O mandatário sul-americano contou que esteve conversando dias atrás com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e explicou a ele "todas as possibilidades" que a Argentina tem “para oferecer à Europa o gás que o continente carece hoje devido à guerra entre Rússia e Ucrânia”.

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Durante seu discurso, o presidente argentino comemorou que durante a gestão de Cristina Kirchner como presidente (entre 2007 e 2015), a estatal petroleira YPF encontrou a enorme jazida de Vaca Muerta, localizada entre as províncias de Neuquén, Río Negro, La Pampa e Mendoza.

"Temos ali o segundo reservatório de gás não convencional do mundo, com o qual podemos garantir esse recurso para todos os argentinos e também podemos fornecê-lo para muitas outras regiões do mundo, pois temos um excedente muito significativo", enfatizou.


Presidente Alberto Fernández revisando obras do gasoduto Néstor Kirchner na região de La Pampa, Argentina / Casa Rosada

Além de exportar gás para a Europa, o presidente também indicou que a Argentina poderia abastecer a região. "Eu já conversei com o presidente Lula, com o presidente Arce (Bolívia), com o presidente Boric (Chile) para começarmos a vender não só petróleo, mas também gás. Podemos dar ao Chile hoje um dos melhores acordos, para que este país possa garantir o gás para a sua população por muitos anos", acrescentou Fernández.

Para terminar, o presidente argentino lembrou que seu país também espera obter retorno em acordos comerciais por suas grandes reservas de lítio.

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O Noroeste da Argentina está dentro do território conhecido como o "triângulo do lítio", já que abriga cerca de 66% das reservas conhecidas no mundo atualmente. Contudo, a maior parte desse triângulo fica na Bolívia, e outra grande parte está no Chile. Ainda assim, o governo argentino planeja implementar projetos de fomento à industrialização através da exploração do lítio.

Essas iniciativas, prometidas por Fernández durante a campanha presidencial de 2019, tiveram que ser interrompidas em função da pandemia. Agora, o governo tenta retomar os projetos neste final de mandato, visando a campanha de reeleição, no final deste ano.

"Se transformarmos esse lítio em baterias, mercadorias que o mundo exige para poder produzir, temos uma grande oportunidade de desenvolver o nosso país, especialmente o Norte do nosso país, que deixaria de ser visto como uma região esquecida", declarou o presidente.