A área queimada no Brasil no ano passado ultrapassou o índice registrado em 2021. Dados do Monitor do Fogo do MapBiomas contabilizam 16,3 milhões de hectares queimados entre janeiro e dezembro de 2022, uma área que equivale ao estado do Acre. O número representa um aumento de 14% em relação a 2021.
Somente em florestas, houve um crescimento de 93% em relação ao ano anterior. A maior parte, aproximadamente 85%, foi registrada na floresta amazônica, ultrapassando o registrado no Cerrado, onde 7,4 milhões de hectares foram queimados.
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Os estados que mais registraram queimadas em 2022 foram Mato Grosso, Pará e Tocantins. Já as Unidades de Conservação que mais contabilizaram as queimadas foram Parque Nacional do Araguaia, Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins e Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba. Apenas no mês de dezembro do ano passado há uma mudança, com Estação Ecológica do Taim, Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense e APA Serra da Ibiapaba ocupando os três primeiros lugares.
Em relação às Terras Indígenas, as que mais sofreram foram Parque Indígena do Araguaia, TI Raposa Serra do Sol e Parque Indígena do Xingu. Se o recorte for feito somente para dezembro, as lideranças são TI Raposa Serra do Sol, São Marcos e Parque do Tumucumaque.
Em dezembro, queimadas aumentaram 90%
Apenas no último mês do ano passado, houve um aumento de 90% na área queimada em relação ao mesmo mês de 2021: 332 mil hectares, ou seja, 157 mil hectares a mais que no ano anterior. Do total, 71% queimadas foram registradas na Amazônia.
Os dados mostram que os três estados com mais áreas queimadas em dezembro de 2022 fazem parte da Amazônia Legal: Maranhão (126 mil hectares), Pará (98 mil hectares) e Roraima (22 mil hectares). Juntos, correspondem a 57% da área queimada no período.
Edição: Nicolau Soares