Diversas organizações sociais peruanas pretendem realizar nesta terça-feira (24/01) uma nova jornada de mobilização nacional para exigir a renúncia da presidente Dina Boluarte.
Segundo o canal TeleSUR, a convocatória dos atos envolve dezenas de entidades de diferentes setores, incluindo sindicatos, associações camponesas e comunitárias, diretórios estudantis e entidades indígenas.
O ato principal deve ocorrer em Lima, na Praça 2 de Maio, mesmo local que concentrou a grande manifestação da última quinta-feira (19/01), que reuniu mais de 100 mil pessoas naquele então. Os organizadores esperam público de semelhante tamanho nesta terça, em evento marcado para ser iniciado a partir das 16h, hora local (18h, segundo o horário de Brasília).
Também estão marcadas mais 16 mobilizações em capitais de províncias e outras cidades emblemáticas do país, como Cusco, Arequipa, Tacna, Junín, Ayacucho, Huancayo e Cajamarca, entre outras.
Além da renúncia de Boluarte, os movimentos também pedem a realização de novas eleições gerais no país ainda no primeiro semestre de 2023, e não em abril de 2024, como prevê o projeto que tramita atualmente no Congresso do país – que anteciparia as eleições que estão programadas, por enquanto, para abril de 2026.
Outra demanda importante é a realização de uma assembleia constituinte, para substituir a atual carta magna peruana, imposta em 1993 pelo então ditador Alberto Fujimori.
As organizações também querer que Boluarte e seus ministros responsam judicialmente pela fortíssima repressão policial que o governo tem utilizado contra as manifestações que têm sido frequentes no país desde a destituição do ex-presidente Pedro Castillo, em 7 de dezembro do ano passado.
Segundo a Coordenadora Nacional de Direitos Humanos do Peru (CNDDHH), a ação da Polícia Nacional do Peru contra os manifestantes já produziu 47 mortes, sendo 46 vítimas civis e uma policial. A Procuradoria Geral peruana abriu, há duas semanas, uma investigação contra a presidente Boluarte e três de seus ministros para avaliar as possíveis responsabilidades por essas mortes.