Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), participaram nesta terça-feira (17) de um painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. No evento, que reúne os principais líderes econômicos do mundo, eles falaram das principais metas do novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Disseram, inclusive, que esperam que a economia nacional cresça acima da média mundial nos próximos anos e de forma ambientalmente sustentável.
Haddad afirmou que o governo tem planos para reindustrializar o país, com foco na chamada economia verde. Disse que espera que a proposta de reforma tributária que tramita no Congresso Nacional seja aprovada ainda no primeiro trimestre. Isso ajudaria na retomada dos investimentos e aceleração do crescimento.
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“Podemos crescer mais que a média mundial”, disse o ministro.
Marina, por sua vez, falou em reposicionar o Brasil no debate sobre meio ambiente e aquecimento global. Lembrou que a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) deve ser realizada em Belém, em 2025, e disse que o Brasil pode liderar iniciativas para preservação ambiental no mundo.
A ministra também cobrou que outras nações mundiais cumpram compromissos assumidos contra o aquecimento global já que o esforço brasileiro, se isolado, não resolverá o problema. “Podemos zerar o desmatamento da Amazônia, mas, se outros países não fizeram nada, a temperatura global vai subir e a floresta estará ameaçada”, afirmou.
Agenda social
Haddad também afirmou que, no governo Lula, o crescimento com redução da desigualdade social será sempre perseguido. O ministro afirmou que, no segundo semestre, espera que seja aprovada uma reforma tributária sobre a renda. O projeto é diferente da proposta de reforma já em tramitação, que foca nos impostos sobre consumo. Seria, portanto, uma medida adicional para reorganização do sistema tributário nacional.
“No segundo semestre, nós queremos votar uma reforma tributária sobre a renda para desonerar as camadas mais pobres do imposto e onerar quem hoje não paga imposto. Muita gente no Brasil não paga imposto. Precisamos reequilibrar o sistema tributário”, afirmou ele.
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Haddad ainda falou que o governo terá uma política permanente de valorização do salário mínimo e medidas para combater o endividamento das famílias mais pobres.
Atos golpistas
O painel do qual Haddad e Marina participaram foi aberto com questionamentos sobre a situação política do país após os atos golpistas do último dia 8. Haddad disse que a extrema direita no Brasil é forte e organizada, mas disse que as instituições foram capazes de dar respostas eficazes quando ela atentou contra a democracia.
Marina disse que tentativas de golpe criam instabilidade no país, o que é ruim para o desenvolvimento e investimento. Afirmou que o governo trabalha para responsabilizar golpistas e, com isso, coibir que novos atos como esse ocorram.
Edição: Vivian Virissimo