A comunidade internacional continua a condenar a invasão golpista da sede dos três poderes, que aconteceu na tarde do último domingo (8), em Brasília. Nesta segunda (9), os chefes de governo da Alemanha e do Reino Unido, além de porta-vozes da Rússia e da China fizeram coro às críticas de outros líderes e demonstraram respaldo às decisões anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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A China, principal sócio comercial do Brasil, disse que acompanha de perto os atos de desestabilização vividos na véspera. Wang Wenbin, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, afirmou que o governo chinês "apoia as medidas tomadas pelo governo brasileiro para acalmar a situação, restaurar a ordem social e preservar a estabilidade nacional".
A Rússia também se manifestou. "Condenamos veementemente as ações dos instigadores do motim e apoiamos totalmente o presidente brasileiro Lula da Silva", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a meios locais. E o vice-presidente do Conselho de Ministros, Konstantine Kosachev disse que um golpe de Estado no Brasil "não levaria a lugar nenhum", destacando que a eleição de Lula foi reconhecida pela sociedade brasileira e pela comunidade internacional.
O primeiro-ministro britânico também ofereceu apoio ao presidente brasileiro, "condeno qualquer tentativa de minar a transferência pacífica de poder e a vontade democrática do povo brasileiro", publicou. Rishi Sunak ainda disse que está "ansioso para fortalecer os laços estreitos" com o Brasil nos próximos anos.
Já o chanceler alemão Olaf Scholz disse que "os ataques violentos contra as instituições democráticas são um atentado à democracia que não pode ser tolerado", e expressou "profunda solidariedade" com o presidente Lula e com o povo brasileiro.
Próximos passos
Um grupo de autoridades internacionais debate a elaboração de uma carta em defesa da democracia, que seria endossada por presidentes de todo o planeta em apoio a Lula da Silva.
Na tarde desta segunda, o presidente brasileiro conversará por telefone com premiê português, Antonio Costa, e com o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton.
Espera-se que Lula possa articular uma resposta política nos Estados Unidos à articulação da extrema direita em ambos os países. Congressistas estadunidenses do partido Democrata indicaram no domingo que poderiam pedir a extradição de Jair Bolsonaro ao Brasil para responder à justiça sobre sua relação com a tentativa de golpe.
Edição: Arturo Hartmann