O encerramento da primeira fase da Copa do Mundo nesta sexta-feira (2) consolidou esta como uma das edições mais democráticas da história do torneio desde a criação, em 1930. Pela primeira vez desde 2002, todas as confederações continentais representadas conseguiram classificar equipes para a etapa eliminatória, os famosos "mata-matas".
Entre os 16 times classificados, metade são europeus: Croácia, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Polônia, Portugal e Suíça. As tradicionais seleções do Brasil e da Argentina representarão a América do Sul. A América do Norte e Central (que formam uma só confederação) terão os Estados Unidos. Os africanos classificaram Marrocos e Senegal. Coreia do Sul, Japão e Austrália são os representantes da confederação asiática (que conta com os australianos, apesar de o país ficar geograficamente na Oceania).
:: Sequência de títulos europeus na Copa do Mundo vem desde 2006: o que explica essa hegemonia? ::
A disputa da primeira fase trouxe alguns marcos relevantes para equipes de continentes que jamais conquistaram a Copa (até hoje, só europeus e sul-americanos ficaram com o troféu). Pela primeira vez desde 1998, quando o Mundial passou a contar com 32 equipes, aumentando o número de vagas para todos os continentes, todas as equipes africanas conquistaram ao menos uma vitória.
Falando no futebol africano, aliás, a vitória camaronesa por 1 a 0 no encerramento da fase de grupos nesta sexta foi a primeira de uma seleção do continente sobre o Brasil em uma Copa do Mundo. Antes dessa partida, o Brasil só tinha sido derrotado por equipes da Europa ou da própria América do Sul em Copas.
No caso da Ásia, um recorde de classificados. A copa do Catar é a segunda disputada no continente asiático. Em 2002, Coreia do Sul e Japão sediaram juntos o torneio, e as seleções dos dois países passaram de fase. O mesmo aconteceu em 2010, na África do Sul. Desta vez os australianos se juntaram a eles e também conseguiram passar.
Para os sul-americanos, a classificação de apenas duas equipes é um marco negativo. Desde 2002 não havia tão poucos times do continente nas oitavas (na ocasião, Brasil e Paraguai se classificaram). Já a Europa, que tenta manter uma hegemonia de títulos que vem desde 2006, teve duas seleções classificadas a menos que na última Copa, na Rússia, mas segue com o maior número de equipes ainda vivas na disputa.
Edição: Rodrigo Durão Coelho