Uma das medidas do governo de Jair Bolsonaro (PL) que deixaram o país mais dividido, o fim do horário de verão, pode estar com os dias contados. Na noite desta segunda-feira (7), a página do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Twitter abriu uma votação para saber se a população brasileira quer ou não a volta da mudança de horário nos meses mais quentes do ano.
Na postagem, a página de Lula afirma que seu governo "consulta a população" e abre a votação para escolha. Em cerca de 30 minutos, mais de 290 mil pessoas já tinham votado, e o "sim" vencia por larga margem: 73,1%, contra 26,9% da opção "não".
Governo que consulta a população. O que vocês acham da volta do horário de verão?
— Lula (@LulaOficial) November 7, 2022
Esta não foi a primeira vez que o governo eleito comentou o assunto nas redes sociais. Na última quinta-feira (3), o ator Bruno Gagliasso, apoiador declarado de Lula, pediu ao vice-presidente eleito e coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin (PSB), para colocar o tema em pauta. A página de Alckmin respondeu com "emojis" que indicavam que a sugestão tinha sido anotada.
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— Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) November 4, 2022
A proposta, claro, não agrada a todos. Trabalhadoras e trabalhadores que entram em jornada muito cedo pediram para que o país permanecesse sem horário de verão. Entre eles o jornalista Rodrigo Bocardi, apresentador do jornal matutino Bom Dia São Paulo, da Globo.
ah para! nada disso. nós madrugadores também queremos acordar com a luz do dia!
— Rodrigo Bocardi (@rodrigobocardi) November 4, 2022
Bolsonaro acabou com horário de verão em 2019
A decisão de acabar com o horário de verão foi tomada logo no primeiro ano de governo de Bolsonaro. Mesmo sob pressão de diversos setores da economia para revogar a medida, especialmente em momentos de crise hídrica, como em 2021, a decisão foi mantida.
O horário de verão esteve em vigor em diversos momentos da história do país a partir da década de 1930, e foi adotado ininterruptamente entre 1985 e 2018. Quando foi suspenso pelo decreto de Bolsonaro, era adotado pelos estados do Sul, Sudeste e Centro Oeste.
Edição: Nicolau Soares