O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, viajou ao Egito no último final de semana para participar da COP27, que começou neste domingo (06/11) na cidade de Sharm el-Sheik. Em sua chegada ao país, Maduro disse que propôs ao presidente colombiano, Gustavo Petro, e ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a realização de uma cúpula sul-americana em defesa da Amazônia.
"Uma proposta que discutimos com o presidente colombiano Gustavo Petro, e que também discuti com o presidente eleito do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, é retomar a defesa da Amazônia", disse Maduro.
O mandatário ainda falou da necessidade de resgatar a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) criada em 1995 por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
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"Nós vamos levar propostas concretas para que a humanidade e os governos poderosos do mundo se comprometam a financiar a recuperação da Amazônia", afirmou o presidente venezuelano.
As propostas de Maduro devem ter boa aceitação dos lados colombiano e brasileiro. Em meados de outubro, o ex-chanceler Celso Amorim afirmou em entrevista à Reuters que uma das principais ações do governo Lula quando eleito deveria ser a realização de uma cúpula ambiental e estender o convite a países que não são membros da OTCA.
Já Petro, que se reuniu com Maduro no início de novembro em Caracas, havia mencionado que Colômbia e Venezuela levariam propostas conjuntas à COP27 e que ele esperava que o Brasil se juntasse aos esforços.
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"Esse é um pilar fundamental no equilíbrio climático do planeta, que hoje está em perigo e coloca em perigo a espécie humana. [...] Um esforço comum dos países que têm responsabilidade sobre a Floresta Amazônica na COP27 é um de nossos acordos. De forma que Venezuela nos ajude, que nos ajudemos mutuamente, e tomara que o Brasil se integre porque é fundamental", disse.
Para a Venezuela, a participação na COP27 é encarada como uma oportunidade diplomática de retornar as espaços de diálogo multilaterais e obter financiamento pra proteção ambiental, já que as sanções estadunidenses impedem que o país busque apoio financeiro de instituições como o Banco Mundial ou o FMI.
"Deixaremos aqui uma posição firme não apenas da Venezuela, mas dos povos do Sul em defesa de um modelo humanista e respeitoso com as condições de vida do planeta", disse Maduro.
Edição: Arturo Hartmann