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Feirões de negociação: cuidado para não cair em cilada

É necessário estar atento para o novo acordo não faça com que as parcelas da dívida aumentem de valor

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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De acordo com o Banco Central, as dívidas negociadas nos feirões são aquelas que apresentam o segundo maior número de inadimplentes no país - Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Os feirões de negociação podem ser boas oportunidades para quem tem dívidas atrasadas. Neles, é possível entrar em acordo com os devedores para regularizar os atrasos e conseguir parcelar o saldo em parcelas que não vão pesar tanto no fim do mês.  

Entretanto, é preciso estar atento para que, após a negociação, as parcelas não aumentem de valor por conta dos juros impostos. 

Dados do Banco Central analisados entre dezembro de 2020 a fevereiro de 2022 mostram que os débitos contraídos nos feirões de negociação são a segunda categoria de dívida com maior número de inadimplentes. Isso significa que aquilo que se apresenta como solução pode agravar os problemas financeiros. 

Na avaliação do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), "isso ocorre pelo fato de que nesses mutirões as instituições bancárias pegam diferentes tipos de dívida que um consumidor possui e transformam em uma só. Esse único modelo de dívida tem um crédito próprio e que pode gerar juros muito maiores do que os das dívidas anteriores". 

Portanto é importante estar atento aos termos do acordo de negociação ou do empréstimo a ser realizado, principalmente no que diz respeito aos juros e acréscimos de valores que deverão ser pagos à instituição financeira. 

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no ano de 2021 foram realizados 220 mutirões de renegociação, atingindo cerca de 20 milhões de brasileiros.

Ainda segundo o Idec, "não há uma fiscalização ou avaliação de como essa modalidade pode ajudar, de fato, os consumidores endividados".

 

Edição: Thalita Pires