O Ministério da Defesa da Rússia confirmou nesta quarta-feira (2) que o país retomará sua participação no acordo que permite a exportação de grãos de portos ucranianos localizados no Mar Negro.
A suspensão de Moscou havia ocorrido no último sábado (29) após os russos acusarem Kiev de ter feito um ataque com drones kamikazes contra o porto de Sebastopol, na Crimeia. Para o governo do presidente Volodymyr Zelensky, porém, seu país não fez a ação e o ataque era só um "pretexto" para os russos deixarem o acordo.
"Conseguimos receber garantias por escrito da Ucrânia de que não serão utilizados os corredores humanitários e os portos ucranianos envolvidos na exportação dos bens agrícolas para conduzir atividades militares contra a Rússia. Essas garantias foram enviadas ao Centro de Coordenação Conjunta em 1º de novembro de 2022", informou a nota repercutida pela agência Tass.
Leia também: Rússia realiza exercícios de lançamento de ataque nuclear maciço
A volta da Rússia ao acordo assinado em julho foi intermediada pelo governo da Turquia, que já havia feito essa operação para fechar o pacto inicial com a ajuda das Nações Unidas.
O acordo anunciado em julho desbloqueou a passagens de milhões de toneladas de grãos e cereais ucranianos que estavam estocados nos portos de Odessa, Pivdennyi e Chornomorsk via Mar Negro. A passagem dos navios havia sido interrompida no dia 24 de fevereiro, data do início da invasão russa na Ucrânia.
Dos três portos ucranianos, as cargas seguem até Ancara, na Turquia, onde são vistoriadas pelo Centro de Coordenação Conjunta, organismo que conta com representantes ucranianos, turcos, russos e das Nações Unidas. De lá, seguem para seus destinos finais.
No entanto, nos anúncios desta quarta, não há menção sobre as negociações para a renovação do acordo, que se encerra em 19 de novembro.