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Com risco de prisão, diretor-geral não comparece em entrevista da PRF sobre bloqueios

Comandante da corporação foi o único dos diretores a não responder à imprensa durante entrevista coletiva em Brasília

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Silvinei Vasques foi nomeado diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal em abril de 2021, durante governo Bolsonaro - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, não compareceu a uma entrevista coletiva convocada pela corporação para anunciar quais iniciativas foram tomadas para desmobilizar os bloqueios nas estradas brasileiros promovidos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).

Inicialmente, a PRF informou que a entrevista coletiva, concedida na sede do órgão em Brasília, na manhã desta terça-feira (1º), teria a presença de Vasques. No entanto, no início do pronunciamento, os diretores presentes afirmaram que o diretor-geral não compareceria por estar em reunião com o ministro da Justiça, Anderson Torres.

Na coletiva, a PRF anunciou que há 267 pontos de interdição que seguem ativos nas estradas federais de todo o país. A corporação informou que o estado com mais interdições é Santa Catarina, seguido por Pará e Mato Grosso. Os servidores apontaram ainda que que os agentes que foram identificados tendo condutas inadequadas já tiveram procedimento administrativo instaurado.

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Diretores da PRF concedem entrevista coletiva na sede da corpração, em Brasília (DF) / Reprodução/PRF TV

Diversas rodovias pelo Brasil estão ocupadas por grupos golpistas que protestam contra resultado da eleição, que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os servidores da PRF que estiveram na entrevista coletiva listaram ações que estariam sendo realizadas em função dos bloqueios nas rodovias e estradas.

Diante da "omissão e inércia da PRF", o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou multa de R$ 100 mil por hora e de caráter pessoal para Silvinei Vasques a partir desta terça-feira (1º), e, "se for o caso", seu afastamento e prisão em flagrante por crime de desobediência.

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Vasques virou protagonista do noticiário político no domingo (30), durante o segundo turno da eleição presidencial, ao descumprir determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e comandar operações da PRF, preferencialmente, em redutos eleitorais petistas.

As operações da PRF nos estados, que estariam atrapalhando a viagem dos eleitores aos locais de votação no país neste domingo (30), teriam sido articuladas inicialmente no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. Conforme mostrou o colunista do jornal O Globo Lauro Jardim, na noite de 19 de outubro o núcleo duro da campanha do Bolsonaro teria se reunido e traçado as ações.

Edição: Nicolau Soares