Redes sociais

Pós-debate: Felipe Neto e André Janones se tornam protagonistas no campo antibolsonarista

Segundo analista Pedro Barciela, "desmentindo fake news ou pautando o debate", ambos têm sido decisivos no 2º turno

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Sobre André Janones, Pedro Barciela aponta que, além de atuar com forte presença no Twitter, o parlamentar utiliza "a mensagem correta no Facebook" - Divulgação/André Janones

A repercussão nas redes sociais em torno do debate presidencial promovido pela Globo nesta sexta-feira (28) mostra o protagonismo de dois importantes atores dentro do campo que se opõe ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o analista de dados Pedro Barciela, o deputado federal André Janones (Avante-MG) e o youtuber Felipe Neto têm sido fundamentais para ampliar o alcance das mensagens do segmento progressista.

"Seja desmentindo fake news ou pautando o debate, os dois atores foram decisivos nessa reta final", afirma ele, em seu perfil no Twitter, com base em levantamento feito sobre as postagens relacionadas ao debate da Globo. "Destaque ainda para o perfil @choquei e sua impressionante capacidade de dialogar com atores para além da polarização política. Os três atores lideraram o antibolsonarismo e seus 67% dos usuários durante o debate. O bolsonarismo segue restrito aos 29% dos usuários."

Barciela ressalta que Felipe Neto desempenha um papel no combate às fake news "que nem mesmo agências de fact checking conseguiram", destacando "sua compreensão do funcionamento das redes sociais aplicado à política".

Sobre André Janones, o analista aponta que, além de atuar com forte presença no Twitter, o parlamentar utiliza "a mensagem correta no Facebook (por exemplo ao trazer o salário mínimo)", em ações que "foram essenciais para pautar, em diversos momentos o debate nas redes e fora dele".


Grafo elaborado por Pedro Barciela com base em postagens relativas ao debate da Globo / Reprodução

"De maneira geral, observamos uma evolução e consolidação do antibolsonarismo nos últimos dois anos, com o "surgimento" de novos atores centrais e papéis muito bem definidos na reta final. Já o bolsonarismo, por sua vez, apostou no mesmo modelo de atuação de 2018. Não funcionou", conclui Barciela.

Desestabilizando Bolsonaro

Um dos exemplos da capacidade de mobilização e influência nas redes de Janones foi visto nesta sexta-feira. O empresário Paulo Marinho, um dos principais apoiadores da campanha de Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e hoje desafeto do candidato à reeleição, publicou no Twitter uma postagem com um vídeo trazendo um depoimento de Gustavo Bebbiano, ex-presidente nacional do PSL, legenda que abrigou Bolsonaro no último pleito presidencial. O tuíte trazia a mensagem "A noite promete".

A publicação ganhou força com Janones endossando e fazendo diversas postagens sugerindo ter informações sobre o celular de Bebianno, morto após um infarto em 2020. Na noite de terça-feira (25), postou fotos que afirmava terem sido retiradas do aparelho do ex-presidente do PSL, com provocações em tom de ameaça a Bolsonaro, a seu filho Carlos Bolsonaro e também à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

 

Edição: Vivian Virissimo