O candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enviou nesta terça-feira (20) uma carta ao papa Francisco. Na mensagem ao líder da Igreja Católica, Lula destacou seu comprometimento com “medidas urgentes” para combater a fome no Brasil.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o documento será entregue pelo vereador Eduardo Suplicy. O vereador integra uma delegação de jovens brasileiros que terá um encontro com o papa, na cidade de Assis.
Sobre as eleições, apesar de todas as pesquisas apontarem o seu favoritismo na disputa pelo Palácio do Planalto, Lula escreveu ao papa que “a batalha ainda está longe de terminar”. “Temos todos os riscos de um eventual segundo turno e depois a necessidade, em caso de vitória, de assegurar nossa posse”, afirmou o ex-presidente. Além disso, Lula mencionou ao religioso o seu candidato a vice, o ex-governador Geraldo Alckmin, que é católico praticante.
Histórico de correspondências
Em abril de 2019, quando foi mantido preso político pela Lava Jato, em Curitiba, Lula também escreveu a Francisco. Na ocasião, ele agradeceu a contribuição do pontífice na defesa dos diretos dos mais pobres. E citou as “dores e privações” da prisão injusta. “O amor ao meu povo e minha fé me animam, mesmo que às vezes as provações, como a morte de minha esposa, de meu irmão e do meu neto Arthur, de apenas 7 anos, me façam duvidar de tudo”, escreveu o petista.
Um mês depois, Lula recebeu resposta de Francisco. “Tendo presente as duras provas que o senhor viveu ultimamente, especialmente a perda de alguns entes queridos – sua esposa Marisa Letícia, seu irmão Genival Inácio, e mais recentemente, seu neto Arthur – quero lhe manifestar minha proximidade espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus”.
Posteriormente, em fevereiro de 2020, em sua primeira viagem internacional após a sua liberdade, Lula foi ao Vaticano visitar o papa Francisco. Lá, agradeceu à solidariedade recebida durante a prisão, e mais uma vez enalteceu o compromisso do papa pela dedicação ao “povo oprimido”. No encontro, Lula ainda tratou da experiência brasileira no combate à miséria e sugeriu ao papa desencadear um movimento global de combate à fome. Esses planos, no entanto, foram adiados, em função do agravamento da pandemia de covid-19.