Rechaço

Chile rejeita nova Constituição em plebiscito

Apuração indica derrota do novo texto constitucional que poderia mudar carta magna herdada de Pinochet

São Paulo (SP) |

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Urna de votação do plebiscito em Santiago - Claudio Reyes / AFP

Os eleitores do Chile escolheram neste domingo (4) rejeitar a proposta de nova Constituição e seguir com a carta magna herdada da ditadura de Augusto Pinochet. Com 88% das seções eleitorais apuradas, o Serviço Eleitoral do Chile contou 6,94 milhões de votos pelo rechazo (62%) e 4,25 milhões de votos (38%) de apruebo.

A votação ocorreu após um ano de trabalho de uma Constituinte eleita após, em plebiscito anterior, quase 80% da população defender a elaboração de uma nova Constituição. O texto proposto pelos constituintes, contudo, foi rejeitado.

O presidente Gabriel Boric já afirmou que pretende reformular a Constituição chilena mesmo em caso de derrota no plebiscito, mas sua tarefa deverá ficar mais difícil com o resultado das urnas. O governo chileno propõe a eleição de uma nova Convenção Constitucional para elaborar outra proposta de texto.

Derrotado no segundo turno das eleições presidenciais de 2021 por Boric, o político de extrema direita José Antonio Kast comemorou o resultado em sua rede social. "O Chile é uma grande nação e depois de esta noite, um país mais libre e com mais esperança", escreveu o defensor de Pinochet.

O senador Fidel Espinoza Sandoval, do Partido Socialista do Chile, atacou o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Giorgio Jackson, a quem classificou como o "principal responsável" pela derrota e defendeu sua renúncia. "O dano que você causou é enorme. Você foi o ideólogo de muitas das normas constitucionais que os cidadãos rejeitaram", disse Sandoval em sua rede social.

A proposta de novo texto constitucional continha a previsão de transformar o Chile em um estado plurinacional, paridade de gênero em todos os poderes, a criação de um sistema público de saúde, entre outras medidas.

Edição: Thales Schmidt