A União Europeia decidiu suspender um acordo de emissão simplificada de vistos para cidadãos da Rússia, mas não introduzirá uma proibição total de emissão de autorizações de entrada para cidadãos russos.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, anunciou na última quarta-feira (31) que houve um "aumento substancial nas travessias de fronteira entre a Rússia e os Estados vizinhos" e "isso está se tornando um risco de segurança".
"Há um entendimento geral de que a emissão de vistos continuará de forma individualizada para cada caso específico e, em particular, para grupos específicos de pessoas. Não queremos nos isolar daqueles russos que se opõem à 'operação especial da Federação Russa em Donbass', da sociedade civil russa", disse o diplomata.
Borrell enfatizou que não defende uma proibição completa da emissão de vistos Schengen para cidadãos russos e pediu uma "abordagem seletiva".
Em agosto, vários países europeus anunciaram uma diminuição ou a interrupção da emissão de vistos de turista e outros vistos para cidadãos russos. Os países anunciaram essas medidas em meio a um apelo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para proibir todos os cidadãos russos de entrarem no bloco europeu.
A emissão de vistos Schengen de curto prazo para russos já foi interrompida pela Letônia, Lituânia, Estônia e República Tcheca. Já as autoridades finlandesas reduziram significativamente a aceitação de pedidos de vistos de turista para cidadãos da Rússia.
Reação russa
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, por sua vez, afirmou que a Rússia não será como a União Europeia em sua política de "queimar pontes" entre as pessoas, mas se reserva o direito de retaliar a medida.
"Não vamos ser como a União Europeia na política irracional de 'queimar pontes' entre as pessoas, mas ao mesmo tempo reservamo-nos o direito de tomar medidas de retaliação para proteger os interesses dos nossos cidadãos e garantir a nossa própria segurança nacional", disse Zakharova.
Ao mesmo tempo, a representante da chanceleria russa observou que Moscou vê na decisão da União Europeia de abandonar o regime simplificado de vistos uma tentativa de interferir abertamente nos assuntos da Federação Russa.
Edição: Thales Schmidt