Em ato realizado na Universidade de São Paulo (USP) na noite desta segunda-feira (15), o ex-presidente e candidato do PT à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva lembrou de suas realizações na área do ensino e também ressaltou a importância das eleições de 2022. Junto com o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e outras personalidades, ele afirmou que o país terá que definir qual modelo será adotado a partir de 2023.
"É nossa responsabilidade dizer que país a gente quer", disse Lula. "Nós não temos o direito de ficar quietos com a destruição que está em marcha nesse país. Temos que gritar, protestar, e no dia 2 de outubro temos que votar. E o voto significa: tirar quem está aí", pontuou na aula pública realizada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).
Lula destacou também alguns dos principais problemas que o país enfrenta, chamando a atenção para a situação do mercado de trabalho. "Os empregos estão ficando desqualificados, a massa salarial está caindo", afirmou. "Tudo piorou, mesmo para quem está trabalhando."
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Inclusão na universidade
Na sua fala, Lula também ressaltou a necessidade de investimentos na educação. "Lembro que quando ia falar que precisávamos fazer universidades, sempre vinha um ministro da Fazendo dizendo: 'presidente, não tem dinheiro, a gente não pode gastar'. Eu falava: se a gente não pode gastar, pare de falar em gasto em universidade, por que universidade significa investimento no futuro desse país."
O ex-presidente falou ainda a respeito da necessidade de incluir ainda mais pessoas no ensino superior brasileiro, destacando que em suas gestões à frente do governo federal houve iniciativas nesse sentido. "A gente percebe que mudou a cor das universidades e precisa mudar mais, por que é esse o país real. E é o país que precisamos construir, com mais diversidade."
Em seu discurso, Lula também provocou o atual presidente ao convidá-lo para debater na USP. "Eu quero vir aqui sempre. E nem precisa ser coisa de um só partido, pode ter dois ou vários. Bolsonaro poderia vir aqui fazer um debate das eleições. Ele não vai vir por que não gosta de estudante, por que o ministro da Educação dele disse que a universidade não pode ser para todos, mas só para uma pequena parte."
Edição: Glauco Faria