A 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu (PR) revogou na noite desta sexta-feira (12) a prisão domiciliar do agente penal federal Jorge Guaranho, assassino do dirigente petista Marcelo Arruda. A decisão é do juiz Gustavo Arguello. O magistrado recebeu parecer da Secretaria de Segurança Pública do Paraná declarando que o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais (PR), para onde Guaranho será conduzido, “apresenta plenas condições estruturais e humanas de custodiar o réu”.
Na última quarta (10), o mesmo juiz havia determinado a prisão domiciliar de Guaranho até que fosse remanejado para “estabelecimento adequado”. O bolsonarista recebeu alta do hospital em que esteve internado desde a noite do crime, em 9 de julho. A decisão ocorreu após o CMP enviar ofício alegando não ter condições de receber o réu. Ele chegou a ir para casa e estava sob monitoramento de tornozeleira eletrônica.
“Determino o imediato recambiamento do réu Jorge José da Rocha Guaranho ao Complexo Médico Penal, ambiente prisional mais adequado ao caso”, diz o magistrado, em nova decisão que restabelece a prisão preventiva.
Após o parecer, o juiz afirmou que o CMP “possui condições de garantir a manutenção diária das necessidades básicas do custodiado com supervisão contínua (…) levando em consideração as informações do Relatório de Evolução Médica do paciente.”
“Deste modo, revogo a cautelar de monitoração eletrônica e a prisão domiciliar concedida, bem como restabeleço a prisão preventiva nos moldes como anteriormente decretada, ou seja, a ser cumprida em estabelecimento prisional”, diz a decisão.
Assassino político
No dia 20 de julho, o Ministério Público (MP) do Paraná apontou motivação política no assassinato de Marcelo Arruda, e informou que Guaranho seria denunciado por homicídio duplamente qualificado.
Após provocar uma discussão em frente ao local onde Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos, cujo tema era Lula, ele invadiu o salão aos gritos de “Aqui é Bolsonaro”, e atirou duas vezes contra o dirigente petista, que era guarda municipal. Marcelo revidou e atingiu Guaranho com quatro disparos. O bolsonarista ficou internado por dez dias na UTI e foi liberado pelo hospital na quarta (10).
Guaranho, no entanto, ainda não foi ouvido no processo. Os promotores esperavam ele receber alta para ouvir a versão do policial sobre o caso. Porém, o advogado dele afirma que Guaranho teria perdido a memória por causa de agressões recebidas logo depois de atirar em Arruda e ser atingido em resposta.