plantas alimentícias

Saiba o que são e como preparar as PANCs, plantas alimentícias não convencionais

Estão dentre as PANCs mais conhecidas a Ora-pro-nóbis, Taioba, Peixinho, Fisális, Jambu, entre tantas outras

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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As PANCs podem ser comidas cruas, assadas, refogadas e até empanadas - Guilherme Petro

As plantas alimentícias não convencionais, também conhecidas como PANCs, são aquelas plantas que, como o nome já diz, podem servir de alimento, mas não são vendidas necessariamente pelo comércio. Elas podem ser encontradas como sementes, raízes, caules, folhas e frutos e em muitos casos podem nascer mesmo sem terem sido cultivadas, sendo facilmente confundidas com outras plantas não comestíveis. 

Mas você deve estar se perguntando o motivo pelo qual comeria essas plantas. Além da diversificação do cardápio e dos sabores dos alimentos, segundo estudos nutricionais, a maioria das PANCs possuem diversos nutrientes naturais importantes na alimentação, como ferro, cálcio, potássio entre outros, podendo inclusive substituir alimentos que estamos acostumados a consumir. Além disso as PANCs também costumam ser livres de agrotóxicos. 

Entre as PANCs mais conhecidas estão a Ora-pro-nóbis, Taioba, Peixinho, Fisális, Jambu, entre tantas outras que podem ser comidas cruas, assadas, refogadas e até empanadas. Aqui neste link da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é possível ter acesso a algumas delas. O Instituto Kairós, também possui um guia prático cheio de informações sobre as PANCs que pode ser acessado aqui

Esses guias são importantes sobretudo para que seja feito o devido reconhecimento das PANCs, para que você não corra o risco de ingerir uma planta não comestível e acabar se intoxicando. Segundo o Instituto Kairós, existem espécies de taioba, por exemplo, que devem ser fervidas por um determinado tempo para que percam as toxinas. 

As plantas alimentícias não convencionais podem ser encontradas em espaços públicos, como praças e canteiros da sua cidade, mas também é possível procurar por elas em feiras e espaços que comercializam produtos naturais. 

A nutricionista Irany Arteche em parceria com o botânico Valdely Kynupp desenvolveram um trabalho com PANCs juntamente com assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul que resultou em um documentário. É possível assistir tanto a parte 1 como a parte 2 do documentário no Youtube. 

Segundo informações da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a humanidade já se aproximou de cerca de 7 mil possibilidades alimentares, mas hoje se alimenta de somente de cerca de 120 espécies de plantas. O órgão também informa que 75% dos alimentos do mundo são gerados a partir de somente 12 plantas. 

O relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo lançado pela ONU em 2021, afirma que o sistema alimentar convencional, baseado em poucas monoculturas, “é responsável por 70% da água extraída da natureza e causa 60% da perda de biodiversidade”, além de gerar até um terço das emissões humanas de gases do efeito estufa.

Edição: Rodrigo Durão Coelho