Em Bogotá

Novo governo colombiano é exemplo de luta por igualdade de gênero, diz Dilma a Francia Márquez

Ex-presidenta do Brasil foi convidada para posse dos novos governantes colombianos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A vice-presidenta Francia Márquez e a ex-presidenta Dilma Rousseff se reuniram em Bogotá, na última quarta-feira (10) - Vice-presidência Colômbia

O esforço contínuo em busca de paridade de gênero, feito pelos movimentos que compõe a coalização governista Pacto Histórico é um exemplo para o povo brasileiro. Foi o que disse a ex-presidenta Dilma Rousseff à Francia Márquez, segundo a própria vice colombiana, em publicação em seu twitter.

"A ex-presidenta do Brasil destacou a nossa luta permanente por dignidade e a busca de igualdade em espaço de lideranças para mulheres na América do Sul e Caribe e disse que ela serve de exemplo para o povo brasileiro"

 

Francia Márquez reuniu-se com a ex-presidenta Dilma Rousseff, em Bogotá, na última quarta-feira (10), para dialogar sobre a cooperação entre movimentos de esquerda brasileiros e colombianos. "Falei sobre a necessidade de saldar a dívida histórica com a população negra na região e avançar a uma política de inclusão", publicou Márquez. Dilma viajou a Bogotá para acompanhar a posse de Petro e Francia, no último domingo (7).

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Antes de assumir a vice-presidência, Francia já havia se reunido com Dilma e Lula em visita ao Brasil. O encontro foi promovido pela Fundação Perseu Abramo em julho deste ano. Márquez encontrou-se com ex-ministros, lideranças políticas e movimentos populares para trocar experiências sobre políticas de inclusão social, como o Fome Zero, Bolsa Família e a política de Ações Afirmativas, que em 2022, completam dez anos. 

Além de assumir a vice-presidência, Francia também está a cargo do Ministério da Igualdade, criado para promover políticas de equidade de gênero e de combate ao racismo. Depois do Brasil, a Colômbia é o segundo país latino-americano com a maior população afrodescendente com 2,9 milhões de pessoas autodeclaradas negras, segundo Departamento Administrativo Nacional de Estatística (Dane).


Ex-presidenta Dilma Rousseff abraça Gustavo Petro durante cerimônia de posse no último domingo (7) / Presidencia Colômbia

Nações irmãs

Brasil e Colômbia compartilham 1.600 km de fronteira e tem mais de 100 anos de diplomacia, com uma balança comercial favorável ao lado brasileiro. 

Após as eleições colombianas, o resultado do pleito brasileiro de outubro é esperado em toda a região. A expectativa é de que o Brasil se alinhe à nova onda de governos progressistas da América Latina e retome organismos de cooperação multilateral, como a União das Nações Sul-americanas (Unasul) e o Mercosul.

Quando esteve no Brasil, Francia Márquez disse que respeitava Jair Bolsonaro por ter sido eleito pelo voto dos brasileiros e brasileiras, mas que esperava uma vitória de Lula da Silva. "E digo isso porque acredito que Lula é o único presidente que levou em consideração os direitos da população negra no Brasil. Um país em que mais de 50% das pessoas são negras tem que pensar em políticas de governo a favor dessa população", declarou a vice-presidenta colombiana.

Edição: Rodrigo Durão Coelho