Com o objetivo de implantar um conceito de economia regenerativa na Caatinga e de trazer novas possibilidades para os produtores sertanejos, foi criada a primeira cooperativa de créditos de carbono do Brasil. Implantada no cânion do rio São Francisco, em Delmiro Gouveia, município do estado de Alagoas.
A iniciativa foi inaugurada no início do mês de julho. A associação é composta por pessoas que possuem áreas preservadas no bioma em Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe, além de técnicos comprometidos com o desenvolvimento de projetos de crédito de carbono social.
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Incorporando o conceito de justiça climática e abrangendo mecanismos de redução de desigualdades, serviços ambientais, recuperação de ecossistemas e proteção da biodiversidade, a inovação cria cadeias produtivas que recompõem o ambiente natural enquanto permite um sistema de proteção não só para o bioma, mas para as pessoas que dependem dele.
Segundo Haroldo Almeida, consultor ambiental da associação, o trabalho prevê auxiliar pequenos produtores na geração de renda. Ele explica que o crédito de carbono é uma ferramenta internacional que tem a capacidade de absorver o carbono que está na atmosfera e, cada tonelada de carbono, gera um crédito, que pode ser colocado à venda.
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“Então, o crédito de carbono necessariamente é uma forma, primeiro, de garantir a vegetação em pé e de compensar o impacto ambiental que está acontecendo. Por exemplo, eu tenho minha área preservada, gero meus créditos de carbono, preservo e, assim posso colocar esse crédito de carbono para a venda”, reforça o consultor.
Entre as prioridades iniciais do projeto estão o levantamento do estoque de carbono das áreas preservadas dos associados, o levantamento de áreas desmatadas para regeneração e os estudos para agregar diversos eixos de economia regenerativa, visando geração sustentável de renda e empregos verdes, a exemplo de rede cooperativa de produção de energia solar, ecoturismo, escolas de sustentabilidade e sistemas integrados de reciclagem.
Preservação da Caatinga
Ainda de acordo com Haroldo Almeida, a Caatinga é o bioma mais resistente que temos, por ser resistente ao sol e à seca. No entanto, quando devastado, é também o bioma mais difícil de ser recuperado. Pensando em manter “a Caatinga de pé”, o projeto propõe uma sementeira com uma coleta de sementes do bioma, além de, posteriormente, gerar mudas adaptadas visando um processo de reflorestamento.
O que não está na previsão da associação é que esse direito de emitir gases poluentes causadores do efeito estufa, por parte dos compradores de créditos de carbono, pode não funcionar na redução dos problemas e ainda aumentar as consequências ao meio ambiente. Mas, segundo o consultor ambiental, a cooperativa vai funcionar como um modelo de mercado que diminui a desigualdade social e os desmatamentos. “A gente tem que ter uma ferramenta mais efetiva para comercialização e a cooperativa é a ferramenta ideal para que a gente possa colocar esses créditos no mercado de carbono”, enfatiza.
Entre os próximos passos da associação está a convocação de participantes. Os agricultores e investidores que têm interesse em fazer parte da primeira cooperativa de créditos de carbono no Brasil podem entrar em contato com as redes sociais do projeto.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga