Movimentos sociais que integram a campanha "Fora, Bolsonaro" decidiram voltar às ruas em reação às ameaças à democracia do presidente da República e seus apoiadores. Com o mote "Voltar às ruas em defesa da democracia e de eleições livres e contra a violência política", a campanha marcou duas datas de mobilizações em todo o país e no exterior: 6 de agosto e 10 de setembro.
A decisão ocorreu após reunião na última sexta-feira (22). Participaram representantes dos movimentos populares e sindicais, entidades e coletivos que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Para os organizadores da campanha, "Bolsonaro subiu o tom de suas ameaças golpistas". Eles citam a reunião com embaixadores, na semana passada, em que o ocupante do Palácio do Planalto voltou a atacar o sistema eleitoral. "Enfraquecido, (Bolsonaro) busca construir condições para questionar o resultado das urnas", alertam.
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Neste domingo (24), durante convenção que oficializou a sua candidatura, Bolsonaro voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF). E convocou seus apoiadores para nova manifestação golpista no 7 de setembro, dobrando assim a aposta em relação ao ocorrido no ano passado.
Avanço da violência
Além disso, a campanha "Fora, Bolsonaro" também chama a atenção para o crescimento da violência política no país. Citam, especificamente, o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR) no início do mês. O militante petista foi morto pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, durante a sua festa de 50 anos, que tinha como tema o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Recentemente a campanha de Lula também foi alvo de vários ataques. No último episódio, um homem lançou uma bomba caseira em manifestantes que acompanhavam um ato do ex-presidente, no Rio de Janeiro, no início do mês. Anteriormente, bolsonaristas chegaram a cercar o carro em que Lula se deslocava em Campinas (SP). No mês passado, um drone lançou uma substância malcheirosa em militantes que aguardavam a chegada do ex-presidente em Uberlândia (MG).
Do mesmo modo, a campanha também alerta para o avanço da violência racista, homofóbica e machista, como o caso do estupro cometido por um médico anestesista durante um trabalho de parto no Rio de Janeiro. "Tudo isso é estimulado cotidianamente pelo discurso autoritário de Bolsonaro e seus apoiadores", dizem os organizadores.
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"Diante disso, a Campanha Fora Bolsonaro, que desde seu surgimento tem cumprido um importante papel na mobilização em defesa da vida, da democracia e dos direitos, aponta a necessidade de retomarmos as mobilizações de rua unitárias em uma grande campanha em defesa da democracia, por eleições livres e contra a violência política", apontam os movimentos.
Além dos atos em 6 de agosto e 10 de setembro, a campanha também apoia outras atividades que ocorrerão nos próximos meses.
Confira a calendário de mobilizações:
25/07 – Dia Internacional da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha e do Trabalhador Rural e da Agricultura Familiar
28 a 31/07 – Fórum Social Panamazônico
01/08 – Reunião da Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral com o TSE
02/08 – Atos em defesa da democracia e pelo respeito ao resultado eleitoral no Senado, em Brasília.
05/08 – Conferência Nacional Livre, Democrática e Popular da Saúde
06/08 – Dia nacional e internacional de mobilização em defesa da democracia, por eleições livres e contra a violência política
11/08 – Dia dos estudantes em defesa da Educação
10 a 12/08 – Ação Quilombola em Brasília
05/09 – Dia da Amazônia
07/09 – Grito dos Excluídos
10/09 – Dia nacional e internacional de mobilização em defesa da democracia, por eleições livres e contra a violência política