na luta

Bancários realizam atos em todo o país contra assédio sexual na Caixa

Manifestações cobram apuração das denúncias de bancárias da Caixa e proteção para as vítimas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Combate ao assédio seuxal e moral é parte da pauta de reivindicações da categoria - Reprodução/Contraf-CUT

Bancárias e bancários de todo o país realizarão nesta terça-feira (5) atos contra o assédio moral e sexual nas portas das agências da Caixa e demais bancos. O Dia Nacional de Lutas vai exigir apuração das denúncias de assédio sexual contra o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que pediu demissão no último dia 29, um dia após o surgimento das denúncias. 

As denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães foram reveladas no último dia 28 de junho, em reportagem do site Metrópoles, que divulgou as gravações com as acusações. Várias mulheres, de acordo com a reportagem, foram ao Ministério Público Federal e fizeram os mesmos relatos, que seguem em sigilo.  

Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos bancários, informou que o foco das manifestações é o respeito às mulheres, a equidade de condições no trabalho e a exigência de acolhimento às colegas denunciantes dos casos ocorridos na Caixa.  

"Os atos presenciais podem ser realizados nas unidades dos bancos, com prioridades às da Caixa, para diálogo com a categoria e a população local. Em cada região propomos o convite aos representantes de movimentos sociais locais, feministas e de direitos humanos, entre outros, para potencialização das ações", explicou.

Saiba mais: Misoginia, machismo e falocentrismo: o que o assédio na Caixa diz sobre governo Bolsonaro?

Segundo Clotário Cardoso, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e diretor de Administração e Finanças da Federação Nacional dos Empregados da Caixa (Fenae), os bancários vão às ruas "demonstrar sua indignação" com a forma com que Pedro Guimarães e a direção da Caixa tratam as mulheres. 

"Esse ato tem por objetivo mostrar ao povo brasileiro que a Caixa, uma entidade séria, uma entidade centenária que tem todo o compromisso com o povo brasileiro, mas que infelizmente neste desgoverno, os dirigentes não estão a favor do povo e nem a favor dos trabalhadores e trabalhadoras da Caixa, mas sim de interesses próprios", denuncia. 

"Queremos com esse ato que a Caixa apure essas denúncias e que responsabilize os culpados. Assédio sexual é crime. E se é crime, os dirigentes da Caixa têm que pagar por isso."

Além das manifestações de rua, os movimentos farão mobilizações nas redes socais, usando a hastag #BastaDeAssedio. 

Negociação 

O dia de lutas faz parte também da campanha salarial da categoria. Nesta quarta-feira (6) o Comando Nacional dos Bancários se reúne com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), entidade patronal do setor, para negociar a pauta de reivindicações da categoria sobre igualdade de oportunidades, que inclui o combate ao assédio sexual e moral. 

De acordo com o site da Contraf-CUT, os bancários priorizam quatro pontos no combate ao assédio: treinamento e formação do quadro para a promoção de debates sobre o tema; acolhimento das denúncias e apuração bipartite (banco e sindicato); proteção e assistência às vítimas e punição dos culpados. 

Edição: Thalita Pires