Os 13 países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus dez aliados, que formam a OPEP+, decidiram aumentar a produção mundial em 648 mil barris diários, durante conferência nesta quinta-feira (30). Desta forma, a produção volta a níveis de antes da pandemia de covid-19, chegando a 42 milhões de barris diários ao final de agosto.
Após o anúncio do cartel, o preço do barril do petróleo Brent teve uma leve queda de 3% no seu valor, fechando nesta quinta-feira em US$ 109 (cerca de R$ 572) a unidade.
Apesar da nova decisão, somente a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos poderão aumentar seus volumes de produção, considerando a guerra na Ucrânia e o peso das sanções contra Moscou, assim como a crise política na Líbia e o bloqueio econômico contra a Venezuela. Além disso, há indicativo de greve de trabalhadores da empresa Equinor, na Noruega, a partir do dia 5 julho, compromentendo cerca de 4% da produção norueguesa.
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Para julho, a OPEP+ já havia decidido retomar o aumento da produção petrolífera em 400 mil barris diários. O grupo concentra cerca de 40% do mercado mundial do combustível fóssil e possui 1.242 bilhões de barris em reservas certificadas. De acordo com as novas cotas para agosto, os maiores produtores serão Arábia Saudita e Rússia, cada um com 11 milhões de barris; seguida pelo Iraque, com 4,6 milhões.
Nesta semana, a OPEP também lançou seu relatório anual. A previsão é que a demanda global pelo combustível aumente mais 3,4 milhões de barris diários ao final de 2022, chegando a um total de 101,8 milhões de barrris por dia.
"Manter a transparência em tudo o que fazemos sustenta nosso objetivo principal de estabelecer a estabilidade sustentável do mercado de petróleo”, afirmou o diretor de pesquisas do secretariado da organização, Ayed Al-Qahtani.
Os países membros da OPEP exportaram uma média de 19,66 milhões de barris diários de petróleo bruto em 2021, uma diminuição de 0,2%, em comparação com 2020, permanecendo abaixo dos níveis pré-pandemia. Cerca de 72% do total foi exportado para a Ásia.
A OPEP foi criada em 1960 e reúne a Argélia, Angola, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Já os dez aliados que formam a OPEP+ são: Azerbaijão, Bahrein, Brunei, Cazaquistão, Malásia, México, Omã, Rússia, Sudão e Sudão do Sul.
Edição: Felipe Mendes