Os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo decidiram nesta quarta-feira (29) encerrar a greve. O fim da paralisação vem em decorrência de julgamento do dissídio da categoria pelo Tribunal Regional do Trabalho do estado de São Paulo (TRT-SP), que considerou a greve abusiva.
O tribunal reafirmou o reajuste de 12,47%, já acordado entre trabalhadores e empresas, e a garantiu a validade de um ano para as cláusulas sociais e econômicas do acordo coletivo. Entre os pontos garantidos, está o pagamento de 100% nas horas-extras. Questões como a hora de almoço remunerada e o pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) não foram contemplados na decisão.
“Vamos cumprir a decisão da Justiça, mas a categoria continua na luta do seu dia a dia. Conquistamos feriado de 100%, hora-extra de 100%, e tem outras questões que vamos continuar debatendo com o trabalhador, como a questão da hora de almoço”, afirmou Valmir Santana, o Sorriso, presidente em exercício do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), em entrevista ao Brasil de Fato.
A Justiça do Trabalho também determinou o retorno imediato dos trabalhadores ao serviço, o que foi acatado pela categoria. Também foi autorizado o desconto de um dia, referente à paralisação desta quarta.
Segunda paralisação
Os trabalhadores do setor anunciaram greve de 24 horas a partir da meia-noite da quarta depois de decisões unânimes tomadas em assembleias realizadas na tarde dessa terça (28) pelo Sindmotoristas, com participação de mais de 6 mil pessoas, segundo a entidade.
De acordo com boletim emitido pela SPTrans, 88 linhas estavam inoperantes na madrugada desta quarta, enquanto 62 operavam normalmente.
Foi a segunda paralisação da categoria, que em 13 de junho os fez uma greve na capital paulista após o fracasso de uma reunião de conciliação realizada no TRT entre Sindmotoristas e o Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss).
Naquela ocasião, a greve foi encerrada após as empresas garantirem reajuste de 12,47% no salário e vale-refeição.
Edição: Rodrigo Durão Coelho