Quase lá

CPI do MEC: oposição está a uma assinatura de iniciar investigação na pasta

Prisão do ex-ministro da Educação reacende esforço dos senadores para a instalação da Comissão

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Esquema de corrupção no MEC levou à prisão de Milton Ribeiro, ex-ministro da pasta - Clauber Cleber Caetano/PR

A prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro na manhã de hoje (22) expõe mais um episódio de corrupção dentro do governo Bolsonaro, desta vez com desdobramentos. Desse modo, a operação da Polícia Federal reacendeu a disputa por assinaturas de senadores para a instalação da CPI do MEC proposta em março. Autor de um requerimento para apurar denúncias de irregularidades no ministério, que levou à prisão de Ribeiro, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) voltou a trabalhar para reunir as duas assinaturas que faltam para a criação da comissão. São necessárias 27.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) assinou hoje. O presidente da Comissão de Educação, senador Marcelo Castro (MDB-PI), se comprometeu a assinar. Se assinar, haverá o total necessário para a CPI ser instalada.

"É compreensível agora porque o governo Bolsonaro se esforçou tanto para retirar assinaturas da CPI do MEC. Ainda em abril, nós precisávamos apenas de mais DUAS. Agora sabemos a razão! O Bolsolão do MEC já é o maior escândalo de corrupção da história!", escreveu Randolfe

Bolsonaro, “cara no fogo” por Milton Ribeiro

O senador reforçou a sensibilização aos senadores. “Aos interessados quero lembrar que faltam apenas duas assinaturas para pedirmos a CPI do MEC. Por tudo que conseguimos apurar através da Comissão de Educação do Senado, o #BolsolaodoMEC é ainda maior do que parece. Tem que prender quem manda também!’, escreveu Randolfe em sua conta no Twitter.

Em outra postagem, Randolfe lembrou live do presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirma não haver corrupção em seu governo, dizer que colocaria a "cara no fogo" por Milton Ribeiro.

Na operação da PF foi preso também o pastor Gilmar Santos. Outro ligado ao esquema, Arilton Moura, tem ordem de prisão. Ambos são ligados ao presidente Bolsonaro e apontados como lobistas que atuavam no MEC.

As denúncias vieram à tona em março, em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Um “gabinete paralelo” formado pelos pastores, que mesmo sem um vínculo formal com o MEC, controlavam a agenda da pasta e do então ministro Milton Ribeiro. Ambos viajavam em voos da FAB, intermediavam acordos com prefeituras e empresários, discutiam prioridades da pasta e a destinação das verbas públicas.

As exposição de mais uma denúncia de corrupção envolvendo integrantes do governo Bolsonaro deve preocupar também ministros e parlamentares aliados. Entre eles, o ministro-chefa da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PL-AL). Ambos teriam sido beneficiários de recursos do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE) em suas bases eleitorais, após atuação de lobistas dentro do MEC.