eleições 2022

Chapa Lula-Alckmin quer combater mineração ilegal na Amazônia

Proposta está entre diretrizes para programa de governo; eleitores poderão apresentar ideias para versão final

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Chapa de Alckmin e Lula receberá contribuições para elaborar programa de governo - Ricardo Stuckert

Se voltar ao Planalto em 2023, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende enfrentar a mineração ilegal na região amazônica. A informação consta nas diretrizes para o programa de governo da chapa com Geraldo Alckmin (PSB), apresentadas nesta terça-feira (21).

Em um dos 121 pontos do documento, a chapa propõe estimular a atividade minerária no país, mas ressalta compromisso com proteção do meio ambiente, respeito aos direitos trabalhistas e às comunidades locais. "O padrão de regulação minerária deve ser aperfeiçoado e a mineração ilegal, particularmente na Amazônia, será duramente combatida", pontua o texto.

Em outro ponto do programa, a chapa afirma estar comprometida com a garantia dos direitos e dos territórios indígenas, bem como dos quilombolas e demais populações tradicionais, assegurando posse de terras e impedindo atividades predatórias. "É fundamental implementar políticas que lhes assegurem vida digna e cidadania, respeitando e valorizando sua cultura, tradições, modo de vida e conhecimentos tradicionais", destaca o programa.

Quatro eixos

O documento tem as propostas divididas em quatro eixos: compromissos para a reconstrução do país; desenvolvimento social e garantia de direitos; desenvolvimento econômico, sustentabilidade socioambiental e climática; e defesa da democracia, reconstrução do estado e soberania. É possível ter acesso a todas as propostas clicando aqui.

O caderno de propostas foca em problemas da situação econômica atual, dizendo que "a política econômica vigente é a principal responsável pela decomposição das condições de vida da população, da instabilidade e dos retrocessos na produção e no consumo. O desemprego e a subutilização da força de trabalho seguem extremamente elevados, enquanto a precarização avança e a indústria definha".

Destacando as políticas atuais de privatização e desnacionalização, além do enfraquecimento de bancos públicos e das empresas de fomento, o documento reforça o comprometimento da chapa com o desenvolvimento econômico sustentável para superar a crise e conter a inflação, visando garantir crescimento e competitividade.

Quando menciona especificamente a Petrobras, o texto diz que a chapa se opõe "fortemente" à privatização, e garante a criação de um plano estratégico e de investimentos para a segurança energética e a autossuficiência nacional em petróleo e derivados. As privatizações dos Correios e da Eletrobras também são rejeitadas.

"Assumimos o compromisso com a justiça social e inclusão com direitos, trabalho, emprego, renda e segurança alimentar para combater a fome, a pobreza, o desemprego, a precarização do trabalho e do emprego, e a desigualdade e a concentração de renda e de riquezas", pontua o texto.

Plataforma colaborativa

O documento divulgado nesta terça já é a segunda versão do programa de governo da chapa, que além de PT e PSB, conta com PCdoB, PV, PSOL, Rede e Solidariedade. Na primeira, enviada aos partidos aliados no início de junho, havia 90 diretrizes.

A versão definitiva será construída nos próximos meses. A chapa, batizada de "Juntos pelo Brasil", abriu um espaço colaborativo virtual para receber propostas que poderão ser integradas à versão definitiva do documento quando a inscrição da chapa for confirmada. Para acessar a plataforma e enviar sugestões, basta clicar aqui.

Edição: Rodrigo Durão Coelho