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Comissão do Senado que investiga mortes de Bruno e Dom convoca ministro da Justiça

Sessão para ouvir Anderson Torres está marcada para esta quarta; comissão também fará diligências na região

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O senador Randolfe Rodrigues foi escolhido presidente da Comissão - Pedro França/Senado

Aconteceu nesta segunda-feira (20) a primeira reunião da Comissão Externa do Senado criada para investigar as mortes do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo. 

Entre os primeiros requerimentos aprovados, está a convocação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para prestar esclarecimentos sobre a situação, com data marcada para esta quarta-feira (22) às 14h. 

O encontro definiu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento de criação, como presidente do colegiado. Fabiano Contarato (PT-ES) ocupa vice-presidência e Nelsinho Trad (PSD-MS) será o relator. 

Contarato manifestou preocupação com o fato de a Polícia Federal já ter descartado a figura de um mandante nas mortes de Bruno Araújo e Dom Phillips. “Essa comissão tem que ter papel de isenção, mas de cobrança para que autoridades apurem de forma a não deixar qualquer margem de dúvida. É muito simples concluir um inquérito, atribuindo as mortes somente a um executor, sem buscar a fundo o que realmente está por trás dos crimes", avaliou. 

Proteção e segurança

Além da oitiva de Anderson Torres, os senadores aprovaram também um convite para o prefeito de Atalaia do Norte (AM), Denis Paiva, para “prestar as informações que considere relevantes relacionadas ao aumento da criminalidade e de atentados contra povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e jornalistas”.   

A Comissão também decidiu que buscará garantir a proteção e segurança de integrantes de entidades e servidores que atuam na terra indígena Vale do Javari. O requerimento cita os vigilantes indígenas que compõem a Equipe de Vigilância da Univaja (EVU), os coordenadores da Univaja, principalmente Paulo Marubo, Eliésio Marubo e Eriberto Marubo, além dos colaboradores da EVU, entre eles Orlando Possuelo, vulgo Tataco. 

São citados também os servidores da Coordenação Regional Vale do Javari e da Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari, que atuam na região. 

Foi definida a realização de diligências externas em Manaus e Atalaia do Norte, para investigar os motivos do aumento da criminalidade e de atentados contra povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e jornalistas na Região Norte e em outros estados, além de acompanhar as investigações sobre os homicídios do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. 

Uma audiência pública também será realizada para discutir o cenário, ainda sem data definida. A proposta prevê a participação de Marcelo Augusto Xavier da Silva, Presidente da Fundação Nacional do Índio, um representante dos Indigenistas Associados e um da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). 

Edição: Rodrigo Durão Coelho