Assista ao vídeo

Colombianos após vitória de Petro e Francia: "esperança" e "identificação"

Pela primeira vez na história, país vizinho terá um presidente de esquerda com a vitória da chapa do Pacto Histórico

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Comemoração da eleição de Petro e Francia em Medellín - Joaquin Sarmiento / AFP

Aos 62 anos, com uma carreira política iniciada em 1981, Gustavo Petro, líder da coalizão Pacto Histórico, é o primeiro presidente de esquerda da Colômbia. Ele governará ao lado da vice-presidenta Francia Márquez, advogada e líder ambientalista afro-colombiana. A dupla iniciará seu novo cargo em 7 de agosto, data em que se comemora a Batalha de Boyacá.

Enquanto a apuração da eleição era anunciada no domingo (19), a Arena Movistar, local escolhido pelo Pacto Histórico para acompanhar os resultados, enchia-se de mulheres, afro-colombianos, indígenas, jovens e pessoas LGBTIQ, os protagonistas dessa jornada eleitoral histórica para a Colômbia. Petro venceu o empresário de direita Rodolfo Hernández no segundo turno com 50,44% dos votos contra 47,31%.

À noite, a vice-presidenta eleita Francia Márquez e Gustavo Petro subiram ao palco. O primeiro discurso foi feito pela vice e foi dirigido especialmente à sua região: "Depois de 214 anos, conseguimos ter um governo do povo, um governo popular, o governo do povo das mãos calejadas, o governo do povo dos pés descalços, o governo dos ninguéns e das ninguéns da Colômbia."

Petro, por sua vez, defendeu a unidade da América Latina para enfrentar a emergência climática e a herança rebelde do país.

À meia-noite, a capital da Colômbia continuava em festa. Os rostos das mulheres dos bairros populares de Bogotá, dos jovens que participaram dos protestos de 2021, da pluralidade étnica e das diversidades sexuais tomaram conta das ruas.

"Durante a pandemia, nós levantamos lenços vermelhos, pedindo ajuda e acho que este governo e as estruturas criminosas que o sustentam não podiam mais continuar no poder", afirmou Nicolás Malpic.

Miguel Carrillo destacou o sentido de seu voto pelo Pacto Histórico: "Para mim é um voto pela esperança, pelo ideal de que a Colômbia possa ser um país para todas as pessoas e não apenas para aquelas que até hoje só tiveram privilégios."

"Sinto-me totalmente identificada com Francia Márquez, vou na luta dela pelas mulheres e pelo empoderamento feminino", afirmou Johana Jimenez.

Edição: teleSUR