A ex-ministra Marina Silva (Rede) deu novos sinais de que pode apoiar a candidatura do ex-presidente Lula. Em entrevista à coluna “Radar”, da revista Veja, ela afirmou que Lula e o PT “reúnem as melhores condições para derrotar Bolsonaro”, prioridade deste momento.
“Não me oriento pelo terreno dos rancores. O que existem são divergências políticas, e não subjetivas. E, por isso, posso até ter diferenças com o partido e o candidato, mas eles têm compromisso com a democracia e, no momento, são eles que reúnem as melhores condições para derrotar Bolsonaro", afirmou.
Seu partido, a Rede Sustentabilidade, anunciou apoio formal à candidatura de Lula no final de abril, em uma reunião em Brasília. Marina, no entanto, não compareceu ao evento e vinha se mostrado reticente a apoiar a candidatura petista. Emissários como o senador Randolfe Rodrigues têm trabalhado para aparar arestas, mas o partido trabalha com a possibilidade de liberar seus filiados.
Na última semana, a Rede aprovou apoio à candidatura ao governo de São Paulo de Fernando Haddad (PT), outro interlocutor que atua pela reaproximação. O apoio se deu mediante adoção de propostas do partido no plano de governo do ex-prefeito.
Segundo a coluna Radar, a mesma preocupação programática foi expressa por Marina, que defendeu que a candidatura não poder “ser o Lula ou o PR”, mas um programa de reconstrução do cenário “pós-guerra” deixado pelo governo Bolsonaro. Entre as prioridades, estariam a recuperação econômica, o combate à desigualdade e a transição energética.
Provável candidata a deputada federal, Marina frisou ainda a importância de se eleger um Legislativo que apoie a mesma agenda, para fazer frente à virulência de uma eventual oposição das forças bolsonaristas, caso Lula seja eleito.
“O que está vindo por aí é uma oposição orquestrada, sem limite democrático (…) Aquela oposição de engravatados do PSDB vai dar muita saudade ao PT, e aquela oposição de boina vermelha do PT ainda vai dar saudade ao PSDB. E olha que quem está falando isso é alguém que viveu experiências muito dolorosas em função da violência política que viveu. Mas o que vem por aí é incomparavelmente pior”, ressaltou.
Edição: Nicolau Soares