Fim do teto dos gatos; criação de uma política emergencial de combate à fome; construção de uma política de valorização do salário mínimo; revogação das reformas trabalhista e previdenciária; criação de uma reforma tributária progressiva; construção de políticas de desmatamento zero; reforma agrária e reforma urbana; reconstrução das políticas para igualdade de gênero, raça e para a população LGBTQIA+. Estes são alguns dos pontos de um documento apresentado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com sugestões e demandas para um eventual novo governo petista.
O texto foi entregue durante encontro entre Lula e os representantes dos movimentos na tarde desta sexta (27), em São Paulo. O evento foi organizado pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo.
Mais de 80 movimentos populares assinaram o texto, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a Marcha Mundial das Mulheres, a União de Negros pela Igualdades (Unegro) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).
"Estamos apresentando [o texto] e acreditamos que essas propostas vão nos ajudar a tirar desta crise econômica, social e política. É um ato histórico e com uma pluralidade gigante de lutas. Temos esperança que viveremos dias melhores e de mais democracia", disse Izadora Brito, da Executiva Nacional da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).
Em todo o país, vários comitês populares estão sendo criados em bairros, sindicatos e outros espaços. O objetivo é agrupar as pessoas em seus territórios levando em consideração a realidade de cada lugar e construir, por meio do diálogo com a população, um projeto para país.
No documento, os movimentos populares propõem também que Lula se engaje na campanha dos comitês populares para organizar a população para defender a democracia contra o bolsonarismo, o autoritarismo e as fake news.
"Nós da sociedade civil e movimentos populares é que vamos definir o futuro do país. Nós queremos um Estado forte e que cuide da saúde, educação e segurança pública, mas que também não se esqueça das especificidades das mulheres, indígenas, pessoas negras, LGBTQIA+, com deficiência e tantos outros recortes", disse Toni Reis, diretor executivo da Aliança Nacional LGBTI+.
Pelo twitter, Lula agradeceu a presença das representações dos movimentos populares e ressaltou a importância de dialogar cada vez mais com as pessoas.
Eu quero firmar um compromisso com os movimentos sociais. Se voltarmos a governar esse país, vou precisar do apoio de vocês para fazer as mudanças que precisamos. Mas o compromisso de vocês não é comigo, é com o povo. Sem a reivindicação, a gente não faz o que precisa ser feito.
— Lula (@LulaOficial) May 27, 2022
Edição: Felipe Mendes