GUERRA

Rússia cancela envio de eletricidade à Finlândia, e Ucrânia vê contra-ataque em Kharkiv

Subsidiária de estatal russa interrompe fornecimento de eletricidade a país nórdico que pleiteia entrada na OTAN; e mais

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Conflito entre Rússia e Ucrânia já deixou milhões de refugiados, segundo Agência de Refugiados da ONU (Acnur) - Sergei Supinski / AFP

O 80º dia guerra no leste europeu foi marcado por tensões diplomáticas que extrapolam o território russo. Neste sábado (14), o fornecimento de energia da Rússia para a Finlândia foi suspenso, em função da iminência da adesão do país nórdico à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Enquanto isso, o G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, promete ainda mais sanções aos russos.

No território ucraniano, as disputas ao norte de Kharkiv movimentam o noticiário. A Ucrânia alega que há um "feroz contra-golpe ucraniano, que recuperou várias aldeias na área a leste de Kharkiv", o que que estaria "empurrando as forças do Kremlin de volta para sua fronteira", enquanto os russos não admitem os supostos recuos impostos pelas forças oponentes. Confira:

Estatal russa cancela fornecimento de gás a Helsinque

O fornecimento de gás russo para a Finlândia deve ser suspenso neste sábado (14), de acordo com a RAO Nordic, subsidiária da estatal russa Inter RAO. O anúncio é sinal das divergências cada vez mais evidentes entre a Rússia e o país nórdico, resultado da decisão do presidente finlandês, Sauli Niinisto, e da primeira-ministra, Sanna Marin, de solicitar urgentemente (23), na última quinta-feira, sua adesão à Otan.

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A Suécia e a Finlândia não estão oficialmente alinhadas militarmente à Otan, mas mantêm uma relação de parceria, participando de exercícios e trocando informações.  Em fevereiro, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que uma possível entrada da Finlândia na Otan “teria sérias repercussões militares e políticas”.

O país compartilha cerca de 1.300 km de fronteira com a Rússia. Segundo representantes da Finlândia, porém, menos de 10% da energia consumida no país é russa. Em entrevista à DW, um porta-voz da estatal de energia finlandesa disse que o corte da Rússia pode ser compensado com mais importações da Suécia e da Noruega.

Ucranianos dizem que Rússia recua na região de Kharkiv

Em comunicado divulgado na última sexta-feira (13), as Forças Armadas ucranianas afirmaram que as forças russas estão focadas em garantir a retirada das tropas da região norte de Kharkiv. Esses soldados estão sob crescente pressão de contra-ataques ucranianos ao longo de uma ampla frente a oeste de suas linhas de abastecimento.

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Os ucranianos alegam que há um "feroz contra-golpe ucraniano, que recuperou várias aldeias na área a leste de Kharkiv", o que estaria "empurrando as forças do Kremlin de volta para sua fronteira".

"Ocidente vai lutar até o último ucraniano", diz Lavrov

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse, neste sábado, de acordo com a TeleSur, que os países ocidentais estão dispostos a combater a Rússia "até o último ucraniano". "À primeira vista, parece uma posição muito conveniente, especialmente para os EUA, que estão direcionando os processos através do oceano [Atlântico] e ao mesmo tempo enfraquecendo a Europa ao liberar seus mercados para seus bens, tecnologia e militares. produtos técnicos", declarou. 

G7 promete ampliar sanções contra a Rússia

O G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, também se manifestou neste sábado (14). O bloco afirmou que jamais reconhecerá as fronteiras que a Rússia pretende impor à força com a guerra na Ucrânia e prometeu ampliar as sanções contra Moscou visando setores vitais da economia russa.

"Não reconheceremos nunca as fronteiras que a Rússia está a tentando mudar por meio da agressão militar e mantermos nosso compromisso no apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia", afirmaram os ministros de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, após uma reunião. 

Edição: Lucas Weber