A União Europeia aprovou o 6º pacote de sanções econômicas contra a Rússia, ampliando a lista de autoridades militares sancionadas e de bancos banidos do sistema internacional SWIFT. Com as novas medidas, a maior instituição bancária russa, Sberbank, foi banida da rede. Os militares penalizados, cujos nomes ainda não foram divulgados, estariam relacionados com a morte de civis na cidade de Bucha - um episódio denunciado por Moscou como uma "montagem" do ocidente.
O bloco europeu também suspendeu a transmissão de três meios de comunicação estatais russos no seu território, "que amplificavam a propaganda e as mentiras de Putin", declarou a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O bloco europeu seguiu os passos dos Estados Unidos e do Reino Unido e anunciou planos para banir a compra de petróleo russo. "Não será fácil, mas teremos que trabalhar nisso para maximizar a pressão na Rússia, enquanto minimizamos o impacto em nossas economias", declarou von der Leyen.
A Rússia fornece cerca de 40% do combustível consumido na Europa. Desde o dia 1º de abril, o presidente Vladimir Putin havia determinado que uma lista de 45 países considerados hostis deveriam passar a pagar seus contratos de importação de gás e petróleo russo em rublos.
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A medida buscava reestabelecer parte das reservas internacionais de Moscou, que foram confiscadas por bancos europeus e estadunidenses. A decisão dividiu a Europa. De um lado, a Áustria, Hungria e Alemanha negociam o pagamento de suas importações em moeda russa. De outro, a Polônia e a Bulgária se negaram a pagar e tiveram seu abastecimento suspenso pela estatal russa Gazprom.
Von der Leyen também anunciou nesta quarta-feira um novo fundo de ajuda econômica para a Ucrânia.
"Nós queremos que a Ucrânia ganhe essa guerra e ainda há muito para ser reconstruído, por isso estou propondo que trabalhemos num pacote ambicioso de reconstrução para nossos amigos ucranianos", declarou a presidenta da Comissão Europeia.
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Diplomacia
Após visitar Moscou e Kiev, o secretário geral da ONU, António Guterres, diz estar disposto a manter diálogo com presidentes russo e ucraniano para aprovar o cessar-fogo.
I was moved by the resilience and bravery of the people of Ukraine. My message to them is simple: We will not give up.
— António Guterres (@antonioguterres) April 29, 2022
The @UN will redouble its efforts to save lives and reduce human suffering. In this war, as in all wars, the civilians always pay the highest price. pic.twitter.com/dd1OsyzAOb
Em reunião telefônica com o presidente francês, Emmanuel Macron, na última terça (3), o chefe de Estado russo, Vladimir Putin disse que a Ucrânia não está preparada para "negociações sérias", mas que seu país estaria "aberto ao diálogo".
Putin também havia criticado as sanções de países ocidentais e "salientou a importância do funcionamento sem entraves das infraestruturas logísticas e de transporte globais".
Edição: Arturo Hartmann