Após denúncia anônima, uma mulher negra de 84 anos foi resgatada da casa onde trabalhava em condições análogas à escravidão no Rio de Janeiro. Sem receber salário, ela foi mantida como empregada doméstica por três gerações da mesma família, há 72 anos. O caso é o mais longo de escravidão contemporânea já registrado no Brasil, segundo o Ministério do Trabalho.
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O resgate foi realizado pela Auditoria Fiscal do Trabalho no Rio, com a participação do Ministério Público do Trabalho e do Ação Integrada, programa de atendimento psicossocial. A vítima, que teve sua identidade preservada, se encontra em abrigo público da Prefeitura do Rio. As informações são do portal G1.
“Essa senhora, que os empregadores alegam que é da família — e não é —, fica absolutamente submissa. O empregador que fala por ela. Qualquer resposta que a gente solicita dela, é o empregador que responde. Os documentos dela não estão de posse dela mesma. O empregador que tem esses documentos”, disse Alexandre Lyra, auditor fiscal do trabalho, à imprensa após o resgate.
A ação para resgatar a idosa teve início no dia 15 de março. No momento da fiscalização, ela trabalhava como cuidadora da sua empregadora e dormia em um sofá improvisado no cômodo anexo ao quarto principal.
De acordo com o radar de Inspeção do Trabalho no Brasil, mais de 58 mil trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão nos últimos 27 anos. O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) investiga o caso da idosa submetida a trabalho forçado.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Clívia Mesquita