Bancários e metalúrgicos já deram os primeiros passos na campanha salarial deste ano. As duas categorias têm data-base em 1º de setembro. Entre os trabalhadores do setor financeiro, a campanha é nacional. Já no caso dos metalúrgicos da CUT no estado de São Paulo, a pauta já está sendo aprovada, como ocorreu na região do ABC, e será entregue aos sindicatos patronais em 3 de junho.
Os bancários iniciam a campanha com uma consulta à categoria, em todo o país, sobre quais devem ser os principais temas da pauta. “É uma fase muito importante, pois traz para o âmbito nacional os anseios de cada bancária e de cada bancário. Por isso, é importante que haja uma grande participação e, desta forma, o resultado reflita, de maneira mais real possível, as reivindicações mais importantes para a categoria”, afirma a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.
Para facilitar a participação, os sindicatos têm um sistema eletrônico de votação disponível até 3 de junho. Depois da consulta à base, essas respostas se juntam às resoluções das conferências estaduais regionais, além de encontros específicos dos trabalhadores de bancos, públicos e privados. Todo esse processo chega à conferência nacional da categoria, marcada para 10 a 12 de junho. Ali será aprovada a pauta, que será encaminhada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Em 2020, os bancários aprovaram acordo com dois anos de duração, cuja validade termina em 31 de agosto.
Além do salário
Na última sexta-feira (6), os metalúrgicos do ABC fizeram assembleia na sede do sindicato, em São Bernardo do Campo, e aprovaram por unanimidade a pauta, que será levada às entidades patronais em 3 de junho. A campanha quer discutir, além da questão econômica, temas como direitos, reindustrialização e democracia.
“Também precisamos brigar por uma política industrial neste país”, afirma o presidente do sindicato, Moisés Selerges. “Aqui, quando chega semicondutores, falta vidro, quando chega vidro, falta pneu. Isso porque o Brasil não tem uma política voltada à indústria para que haja produção local com o objetivo de gerar emprego e renda no país. Temos capacidade, mas não fabricamos.”
O reajuste é ainda mais importante em um período de inflação alta, acima dos 10%. “As convenções coletivas e os acordos celebrados pelo sindicato são o grande instrumento de preservação da vida do trabalhador no local de trabalho”, diz Moisés. “Este é um ano para termos esperança, acreditar e trabalhar pela transformação e reconstrução do nosso país”, acrescenta.
A campanha deste ano terá pautas que os metalúrgicos chamam de “cheias” (cláusula sociais e econômicas) com seis grupos patronais e suas entidades. Envolvem estamparia (Siniem), trefilação e laminação de metais ferrosos (Sicetel), esquadrias e construções metálicas (Siescomet), artefatos de ferro, metais e ferramentas, materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários, artefatos de metais não ferrosos (o G8, com Simefre, Siamfesp e Sinafer), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos (Sindimaq e Sinaees, o G2) e o G10 da Fiesp, representando outros segmentos.
Já as pautas parciais (cláusulas econômicas, principalmente) reúnem cinco grupos: autopeças, forjaria e parafusos (G3, com Sindipeças, Sindiforja e Sinpa), refrigeração, aquecimento e tratamento de ar (Sindratar), fundição (Sifesp), condutores elétricos, trefilação e laminação de materiais não ferrosos (Sindicel) e funilaria/pintura (Sindifupi). As montadoras têm negociação à parte.