Após uma área ter sido ocupada por cerca de 300 famílias, no último sábado (30), o acesso ao local foi bloqueado por fazendeiros da região. Com isso, as famílias sem terra estão sem água e comida. Muitos desses grileiros sublocam terra pública de forma irregular, de acordo com a legislação vigente, denuncia o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST).
Na manhã desta terça-feira (3) aconteceu um ato na Ocupação Ana Primavesi, localizada no Núcleo Rural do Rio Preto, região agrícola de Planaltina, que contou com a presença de dezenas de pessoas ligadas a organizações da sociedade civil e movimentos populares, e da deputada federal Érica Kokay (PT-DF), que buscam uma mediação para o conflito.
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"A ideia é que a Terracap, que é a verdadeira dona dessas terras, que são públicas, disponibilize uma outra área para que as famílias sem-terra possam ficar acampadas de forma temporária, até ter o seu assentamento definitivo por meio de um programa de reforma agrária", informou a deputada, após conversar com produtores rurais da região que bloquearam o acesso dos sem-terra.
Após intensas negociação, no final da manhã, os grileiros permitiram o acesso a água e a leite, para as crianças, a entrada de comida continua proibida.
Na tarde desta terça-feira (3) acontece uma reunião entre a direção do MST Distrito Federal e Entorno, parlamentares e o presidente da Terracap, Izidio Santos Junior.
Em nota, o MST DF informou que mesmo após reunião, na segunda-feira (2), com o Governo do DF o acordo para que a Polícia Militar desobstruísse a entrada para que os alimentos cheguem à ocupação, não foi cumprido. "Ao contrário, a milícia ali manda na polícia, e o governo fechou os olhos", diz trecho da nota.
Jornada de Lutas
A Ocupação Ana Primavesi faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que este ano traz o lema com o lema “Reforma Agrária Popular: por terra, teto e pão”.
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O objetivo da ocupação, segundo o MST, é denunciar a crescente prática de especulação imobiliária por parte de grileiros no território e exigir a retomada da criação de novos assentamentos de Reforma Agrária no DF.
A reportagem do Brasil de Fato procurou a Terracap para se pronunciar sobre a situação, e aguarda um retorno.
Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino