O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, ainda não escapou da Polícia Federal (PF). Desta vez, o órgão abriu um procedimento preliminar para apurar se o pastor cometeu algum crime ao disparar acidentalmente uma arma no aeroporto de Brasília na última segunda-feira (25).
Uma das funcionárias da Gol Linhas Aéreas foi atingida com estilhaços no braço após o disparo. Assim como Ribeiro, ela também foi ouvida pela PF, além de outra testemunha que presenciou o ocorrido, durante o procedimento de embarque.
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De acordo com um trecho do depoimento de Ribeiro desta terça-feira (26), o disparo ocorreu depois que o ex-ministro manuseou a arma dentro de uma pasta de documentos para separá-la do carregador. "O declarante com medo de expor sua arma de fogo publicamente no balcão, tentou desmuniciá-la dentro da pasta, ocasião em que ocorreu o disparo acidental", diz trecho do depoimento. Com isso, o espaço para o manejo ficou “pequeno”.
Ribeiro acabou por descumprir uma norma da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ao retirar a munição da arma no balcão da companhia aérea. O órgão prevê que esse tipo de procedimento deve ser realizado antes do embarque.
PSDB na mira do TSE
Também nesta terça-feira (26), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) devolva aos cofres públicos a quantia de R$ 4.158.550,98 recebidos do Fundo Partidário durante as eleições de 2016.
De acordo com os ministros, unânimes na decisão, foram constatadas irregularidades na prestação de contas na contração de pilotos de aeronaves e no pagamento de salários, além de repasses a diretórios até então impedidos de receber esse tipo de recurso. A Corte também entendeu que a sigla não destinou 5% do Fundo Partidário a candidaturas femininas, como prevê a Emenda Constitucional 117.
“As falhas representaram montante superior a R$ 4 milhões, algumas delas com gravidade acentuada, com destaque ao repasse irregular de mais de R$ 1 milhão a diretórios com cotas suspensas”, afirmou o ministro Benedito Gonçalves, relator do caso, acompanhado em seu voto pelos colegas Sérgio Banhos, Maria Claudia Bucchianeri, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Mauro Campbell e Edson Fachin.
Dentro do PSDB o assunto é outro
O assunto não ganhou repercussão expressiva dentro e fora do PSDB, já que a preocupação maior são as eleições deste ano.
O desgaste entre as alas que tinham João Doria e Eduardo Leite como rivais nas prévias partidárias aparentemente se arrefeceu, pelo menos temporariamente. O ex-governador do Rio Grande do Sul deve concorrer à reeleição do governo gaúcho. Ele publicou uma carta na semana passada reafirmando o resultado das prévias: Doria é o pré-candidato dos tucanos na corrida presidencial.
Por sua vez, o ex-governador de São Paulo luta para conseguir emplacar o seu nome como o homem da terceira via, a despeito das divergências entre os partidos que pretendem lançar uma candidatura única ao Palácio do Planalto.
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Os presidentes do PSDB, MDB, Cidadania e União Brasil se reuniram nesta terça-feira (26) e declararam que estão abertos ao diálogo com o pré-candidato do PDT Ciro Gomes, abrindo o leque de possibilidades.
Questionado sobre a aproximação com Ciro Gomes, que diverge em algumas pautas econômicas quando comparado a candidatos dos outros partidos, Roberto Freire, presidente do Cidadania, afirmou que não é possível “vetar ninguém”.
“Em todos os momentos que nós nos reunimos, sempre acenamos para todo e qualquer partido. Não há veto nenhum, a nenhum dos candidatos ou de partidos que queiram participar desse processo de unidade, de busca de uma candidatura única”, afirmou. “Desde o começo está firme essa ideia e a qualquer momento estamos abertos para discutir com qualquer partido ou candidato. Vamos aguardar. Quem sabe?”
O nome será divulgado em 18 de maio, de acordo com os caciques. Até agora foram definidos dois critérios para a escolha do nome: intenção e número de votos nas últimas eleições.
Na esquerda, mais do que um nome definido
Entre os partidos da esquerda, o nome de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente e Geraldo Alckmin para vice (PSB) já está definido, e a oficialização da chapa ocorrerá em 7 de maio, apesar das queixas de outras siglas.
Agora o esforço é na construção de um plano de governo. Depois de efetivar a federação com a Rede Sustentabilidade, o PSOL agora negocia com o PT algumas propostas. Até o momento, os petistas aceitaram 12 compromissos propostos pelos socialistas, como a revogação da Reforma Trabalhista e do Teto de Gastos, a revisão da política de preço da Petrobras e o veto à privatização da Eletrobras.
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Em evento com sindicalistas ocorrido neste mês, Lula defendeu a aprovação de uma nova legislação trabalhista. “Não adianta dizer que vamos mudar tudo. Nós queremos melhorar as coisas. Nós queremos uma nova legislação trabalhista para a realidade atual. Queremos um acordo em função da realidade dos trabalhadores em 2023. Não queremos voltar para trás. É na política que vamos discutir. Meu compromisso é que, chegando ao governo, pode preparar passagem de avião, vocês vão à Brasília para discutir”, disse o pré-candidato.
Apoio até à centro-direita
O Solidariedade convidou Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL), Marcelo Ramos (PSD-AM), ACM Neto (União Brasil-BA) e Cristovam Buarque (Cidadania-DF) para o evento "Com Solidariedade e Lula a gente muda o Brasil", de declaração de apoio à Lula nas eleições deste ano, em 3 de maio.
Um dos objetivos é ampliar o leque de alianças ao redor do ex-presidente. "Como tenho falado em campanha ampla, chamei várias personalidades do Brasil. Algumas já confirmaram presença, outras ainda não. A ideia é ampliar a aliança, se não for com partidos, com personalidades que queiram tirar o Jair Bolsonaro", afirmou Paulinho da Força, presidente nacional da sigla, à Folha de S. Paulo.
A vida após Moro
A cúpula do Podemos se reúne nesta quarta-feira (27) em Brasília para conversar sobre quem será o candidato da sigla ao Palácio do Planalto, depois que o ex-juiz Sergio Moro desistiu da candidatura e deixou o partido rumo ao União Brasil.
Os principais nomes ventilados são do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, e do senador Álvaro Dias.
No convite, destinado aos parlamentares, presidentes estaduais e dirigentes do Podemos, a cúpula explica que durante a reunião serão feitas avaliações das candidaturas proporcionais e majoritárias e metas eleitorais.
Fim de carreira
A defesa de Arthur do Val, conhecido como “Mamãe Falei”, pediu a suspensão do processo de cassação do mandato, já que o ex-deputado renunciou ao cargo.
Arthur do Val deixou a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em 20 de abril, depois que o Conselho de Ética aprovou a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Em mensagens de áudio, o ex-deputado afirmou que as refugiadas ucranianas “são fáceis porque são pobres”. Na ocasião, ele estava em viagem à Ucrânia para “ir, ‘in loco’, ver o que está acontecendo”.
Depois que os áudios foram divulgados, Arthur do Val também foi desfiliado do Podemos. Agora, ele segue no União Brasil.
Edição: Vivian Virissimo