TRABALHO

Nas favelas do Rio, empreendedores contam experiências de solidariedade e trabalho cooperado

Programa Papo na Laje conversou com o motorista de aplicativo Edilson de Souza e a trabalhadora ambulante Alinny Gomes

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Edilson de Souza criou cooperativa de transporte na Baixada Fluminense e Alynny Gomes é idealizadora da Garagem Delas - Pablo Vergara/Papo na Laje

O motorista de aplicativo Edilson de Souza já precisou trabalhar 20 horas por dia e ainda complementar a renda como manobrista para sustentar a família. A plataforma Uber cobrava 25% do valor de cada corrida, fora os gastos com combustível, prestação do veículo, seguro e imprevistos. 

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Em conversas com outros motoristas do Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, ele percebeu que a insatisfação generalizada na comunidade da Baixada Fluminense poderia ser o ponto de partida para uma nova dinâmica de trabalho, mais justa e digna. Assim surgiu a ideia de organizar uma cooperativa.

No programa Papo na Laje desta quinta-feira (21), Edilson relembra que o início da Cooperativa GAC VIP Transportes não foi fácil. "Montamos uma central lá em casa, chamei minha cunhada, minha prima, pegamos um celular e espalhamos no bairro. Quase desistimos no primeiro mês. Hoje temos uma base de 9 mil corridas por mês na comunidade", disse em entrevista à apresentadora Dani Câmara.

Assista:

Há quatro anos, a cooperativa conta com um aplicativo próprio, uma sede física, atendentes e mais de 30 motoristas cadastrados. A média de ganhos é de R$ 3 mil a R$ 6 mil por mês. Com o sucesso da iniciativa na comunidade, ele planeja continuar gerando empregos e se tornar uma potência no município de Caxias.

Garagem Delas

Outra convidada do programa desta quinta (21) é a trabalhadora ambulante Alinny Gomes, uma das idealizadoras do A Garagem Delas. O espaço localizado no centro do Rio promove eventos e vendas para as ambulantes no mesmo lugar. Com o aumento do desemprego, a rede de mulheres precisou se fortalecer ainda mais nos últimos anos.

"Com o passar do tempo, as ambulantes foram aumentando porque não tem emprego. E surgiu a ideia de contratar só mulheres, por vários motivos óbvios. A maioria são mães solo, tem as que trabalham e complementam a renda lá. É mulher no caixa, na portaria, no bar, pegando gelo. É uma possibilidade de ter essa independência financeira", disse.

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Durante a pandemia, a garagem suspendeu as festas e se transformou em local de ações de solidariedade com distribuição de marmitas e café da manhã. "A pandemia afetou muito a gente da área de evento e ambulantes, principalmente. Fechamos tudo, aquele medo, foi ficando mais difícil. O que salvou a Garagem foi a solidariedade, não só das pessoas como a nossa vontade de ser solidário", completou.

Todas as quintas-feiras um programa inédito do programa vai ao ar no YouTube e na TV Comunitária do Rio de Janeiro, com transmissão no canal 6 da NET. O episódio desta quinta (21) foi gravado na laje da ocupação Vito Giannotti, na região central do Rio.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Clívia Mesquita